A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) pediu desculpas ao Partido dos Trabalhadores (PT) e a lideranças de esquerda nesta quinta-feira, 7 de agosto de 2025, por não ter levado em conta as críticas feitas em 2017 à indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a parlamentar, os conservadores “não acreditaram” nos alertas sobre a postura que o ministro poderia adotar no futuro.
Em declaração pública, Damares citou nominalmente a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-deputado Jean Wyllys, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e acadêmicos da Universidade de São Paulo (USP) que organizaram, à época, um abaixo-assinado com 270 mil assinaturas contra a nomeação de Moraes.
“Em nome dos conservadores, peço perdão ao PT, à ministra Gleisi, ao ex-deputado Jean Wyllys, ao senador Randolfe e aos acadêmicos da USP. Vocês nos alertaram de que ele seria um tirano, e nós não acreditamos”, afirmou a senadora. Ela acrescentou que a direita “paga hoje o preço” por não ter dado crédito às advertências feitas durante a sabatina no Senado.
Contexto da indicação
Nomeado pelo então presidente Michel Temer (MDB) para a vaga aberta após a morte do ministro Teori Zavascki, Moraes foi aprovado em 2017 por 55 votos a favor, 13 contrários e 13 abstenções no plenário do Senado. Na ocasião, Gleisi Hoffmann classificou a escolha como “extremamente preocupante” e questionou a suposta vinculação partidária do indicado, filiado anteriormente ao PSDB e ministro da Justiça do governo Temer.
Outros parlamentares da oposição, como o então senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e Randolfe Rodrigues, também manifestaram receio quanto à imparcialidade de Moraes, sobretudo por ele assumir a relatoria de processos ligados à Operação Lava Jato.

Imagem: Jefferson Rudy via gazetadopovo.com.br
Abaixo-assinado de estudantes da USP
Dias antes da sabatina, estudantes de Direito da USP — ex-alunos de Moraes — entregaram ao Senado um abaixo-assinado questionando a indicação, alegando falta de “notório saber jurídico” e criticando decisões do então ministro da Justiça, entre elas autorizações de reintegrações de posse sem mandado judicial.
Críticas atuais
As declarações de Damares ocorrem em meio a críticas de setores conservadores à condução, por Alexandre de Moraes, do inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Com informações de Gazeta do Povo