A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil compartilhou nesta quinta-feira, 7 de agosto de 2025, em seu perfil na rede social X, uma mensagem de Darren Beattie, subsecretário de Estado para a Diplomacia Pública e Assuntos Públicos. No texto, Beattie adverte sobre a possibilidade de novas medidas contra aliados do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O compartilhamento ocorreu no mesmo dia em que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, manteve reunião em Brasília com o encarregado de negócios da representação norte-americana, Gabriel Escobar.
Na véspera, quarta-feira (6), entrou em vigor uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros imposta por Washington. A administração do presidente Donald Trump justificou a medida citando, entre outros motivos, o processo movido no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Para a Casa Branca, o julgamento representa uma “caça às bruxas”. Cerca de 700 itens, como suco e polpa de laranja e aeronaves civis, ficaram de fora da nova tarifa.
Aviso de possíveis sanções adicionais
No texto reproduzido pela embaixada, Beattie descreve Moraes como “principal arquiteto da censura e perseguição” a Bolsonaro e a seus apoiadores e afirma que violações de direitos humanos atribuídas ao ministro levaram às sanções previstas na Lei Magnitsky. O comunicado acrescenta que autoridades do Judiciário e de outras esferas “estão avisadas” para não apoiarem nem facilitarem as ações de Moraes e conclui: “Estamos monitorando a situação de perto”.
Medidas já adotadas pelos Estados Unidos
Na semana anterior, o Departamento do Tesouro norte-americano aplicou sanções contra Moraes com base na Lei Magnitsky, bloqueando bens que o ministro possua nos Estados Unidos — ou controlados por pessoas ou empresas norte-americanas — e proibindo transações financeiras com o magistrado, salvo autorização da Ofac (Agência de Controle de Ativos Estrangeiros).

Imagem: André Borges via gazetadopovo.com.br
Antes disso, em 18 de julho, o Departamento de Estado havia revogado os vistos de Moraes, de alguns de seus colegas no STF e de familiares, impedindo a entrada de todos nos Estados Unidos.
As novas advertências divulgadas pela embaixada reforçam a possibilidade de ampliação das restrições a pessoas e entidades que mantenham vínculos próximos com o ministro.
Com informações de Gazeta do Povo