O governo dos Estados Unidos estima arrecadar aproximadamente US$ 50 bilhões por mês após a entrada em vigor, nesta quinta-feira (7), de um amplo conjunto de tarifas que alcança a maioria dos parceiros comerciais do país.
O secretário de Comércio, Howard Lutnick, informou à emissora Fox Business que, no mês anterior, o Tesouro americano recebeu em torno de US$ 30 bilhões provenientes dos tributos anunciados em abril pelo presidente Donald Trump. À época, o republicano determinou uma tarifa básica global de 10%, além de sobretaxas recíprocas que passaram a valer agora.
“Com as novas alíquotas aplicadas a dezenas de países, poderemos chegar perto de US$ 50 bilhões mensais”, afirmou Lutnick. Ele acrescentou que, com os encargos extras de 200% sobre produtos farmacêuticos e de 100% sobre semicondutores e chips, anunciados recentemente por Trump, “a receita pode subir para US$ 1 trilhão” — cifra contestada por alguns analistas de mercado.
Pelas redes sociais, Trump celebrou o início da cobrança: “É MEIA-NOITE!!! BILHÕES DE DÓLARES EM TARIFAS ESTÃO ENTRANDO NOS ESTADOS UNIDOS!”
Escalonamento da guerra comercial
As tarifas que passaram a valer nesta quinta abrangem acordos fechados com Reino Unido, China, Vietnã, Japão, Filipinas, Indonésia, União Europeia, Coreia do Sul e Paquistão. Paralelamente, Washington impôs unilateralmente novos impostos a países com os quais não firmou entendimento, como Brasil, Índia, Suíça, África do Sul e Venezuela.
Os percentuais variam de 10% — aplicados a nações cujo intercâmbio comercial favorece os Estados Unidos, caso de Chile, Colômbia e Argentina — a 50% sobre produtos brasileiros, em resposta ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pela suspeita de planejar um golpe de Estado em 2022.

Imagem: SHAWN THEW via gazetadopovo.com.br
A Índia arcará com sobretaxa adicional de 25% pela compra de petróleo russo, o que elevará seu imposto total para 50% até o fim de agosto. Depois de Brasil e Índia, as alíquotas mais elevadas recaem sobre Síria (41%), Laos (40%), Mianmar (40%) e Suíça (39%).
Metais, veículos e componentes sob pressão
Também começaram a ser cobrados 50% de tarifa sobre aço, alumínio e cobre, além de um imposto geral de 25% para veículos não fabricados nos EUA e diversos componentes essenciais — motores, transmissões e eletrônicos — excetuados aqueles cobertos pelo acordo T-MEC (USMCA) com Canadá e México.
“O consumidor americano é o motor mais poderoso da economia global, e o presidente está usando isso em favor do país”, declarou Lutnick.
Com informações de Gazeta do Povo