Promotores de Taiwan detiveram seis pessoas sob acusação de roubo de segredos comerciais da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), principal fabricante mundial de semicondutores. A ação, que pode configurar violação de segurança nacional, atinge atuais e ex-funcionários da companhia.
De acordo com o porta-voz do Escritório de Promotores de Taiwan, John Nieh, os suspeitos foram presos após buscas realizadas entre 25 e 28 de julho nas residências de parte do grupo. Dois deles pagaram fiança e um foi liberado posteriormente. As autoridades apuram se as informações obtidas ilegalmente foram repassadas a terceiros.
A própria TSMC acionou a Justiça ao identificar a possível subtração de tecnologia considerada estratégica. Em comunicado, a empresa informou ter aplicado medidas disciplinares, iniciado processos legais e destacado que a investigação interna permitiu detectar o problema ainda em estágio inicial.
O caso ganhou repercussão em meio à corrida global por componentes avançados. A TSMC produz desde aceleradores de inteligência artificial para a Nvidia até processadores utilizados em iPhones da Apple. O investimento anual de empresas do setor, como TSMC e sua concorrente Samsung Electronics, supera US$ 30 bilhões em despesas de capital.
Na terça-feira, o jornal Nikkei noticiou a demissão de vários funcionários suspeitos de tentar acessar informações sobre o desenvolvimento de chips de 2 nanômetros, cuja produção em massa está prevista para começar na segunda metade deste ano. Já o Financial Times relatou que investigadores também vasculharam instalações da fornecedora japonesa Tokyo Electron Ltd. em Taiwan; a empresa não comentou.

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O episódio ocorre enquanto fabricantes dos Estados Unidos e da China disputam avanço tecnológico. Atualmente, companhias chinesas como Huawei Technologies e Semiconductor Manufacturing International Corp. (SMIC) produzem chips de 7 nm, algumas gerações atrás da TSMC, enquanto a norte-americana Intel trabalha em nós mais avançados.
As investigações prosseguem para determinar a extensão do possível vazamento e eventuais beneficiários das informações.
Com informações de InfoMoney