O início dos camps de treinamento da NFL costuma reunir atletas oriundos de universidades norte-americanas e escolhas de draft, mas o Washington Commanders conta com uma exceção. O defensive end Thabani Jehiel “TJ” Maguranyanga, de 23 anos, percorreu um caminho que começou entre Zimbábue e África do Sul e passou pelos campos de rúgbi na França antes de chegar aos Estados Unidos.
Do rúgbi ao programa internacional
Sem enxergar rota para o futebol americano profissional, Maguranyanga tentou primeiro o basquete, participando de programas Jr. NBA. A mudança veio após sua temporada de rúgbi na França, quando recebeu convite do International Player Pathway (IPP), iniciativa que já revelou o campeão do Super Bowl Jordan Mailata. “Alinhou perfeitamente”, resumiu.
Adaptação dentro e fora de campo
Fisicamente, o atleta diz não ter enfrentado grandes barreiras. O desafio maior foi mental: entender regras, leituras e ritmo de jogo contra adversários que praticam a modalidade desde a infância. Durante dez semanas no IMG Academy, na Flórida, cumpriu duas sessões diárias sob calor intenso e revisou o playbook sozinho à noite, descrevendo o período como “os dez dias mais duros da vida”.
Referências e apoio
A trajetória de Jordan Mailata serve de motivação. “Ele estabeleceu um padrão alto”, afirmou Maguranyanga, lembrando que o australiano passou de “rejeitado do rúgbi” a capitão e campeão da NFL. No Commanders, o novato recebe orientação dos técnicos Darryl Tapp, Ryan Kerrigan e Sharrif Floyd. Entre os jogadores, Dorance Armstrong atua como mentor nas reuniões, enquanto o veterano Von Miller compartilha dicas de técnica.
Rotina na capital dos Estados Unidos
Os dias começam às 6h e terminam por volta das 18h, incluindo treinos às 8h, estudo de vídeo e revisão de jogadas. O ritmo contrasta com a pré-temporada do rúgbi, que costumava terminar no início da tarde. “É preciso dedicação total para ter chance de ficar no elenco”, reconheceu.
Família e popularização do esporte na África
O aprendizado também envolve parentes. O irmão mais novo, Zachary, ganhou interesse após acompanhar um jogo Ravens x Bengals na prorrogação, acordo que transformou as transmissões em ocasião familiar. Maguranyanga acredita representar um continente em expansão no futebol americano e cita o conterrâneo do IPP Mapalo Mwansa, recém-contratado pelo Carolina Panthers, como sinal de portas abertas.

Imagem: forbes.com
Objetivo: longevidade na NFL
Mais do que integrar o elenco de 53 jogadores, o zimbabuano mira uma carreira duradoura. “Nos próximos três anos, estarei em um roster de forma consistente”, projeta. Para ele, o IPP evoluiu: não basta acessar a liga, é preciso permanecer, repetindo o exemplo de Mailata.
Maguranyanga continua a rotina intensa em Ashburn (Virgínia) à espera da oportunidade de transformar o esforço em números oficiais de jogos, comemorando cada passo ao lado de colegas, treinadores e familiares que aprendem a torcer por touchdowns em vez de tries.
Com informações de Forbes