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Michael Eisner mantém toque de magia em negócios de mídia e no futebol após deixar a Disney

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LOS ANGELES / PORTSMOUTH, 4 de agosto de 2025 – Dez anos depois de deixar o comando da Walt Disney Company, Michael Eisner segue expandindo impérios — agora além das telas e dos parques. O executivo, que quintuplicou o valor das ações da Disney durante sua gestão, transformou a produtora Tornante em referência de animação adulta e conduz o Portsmouth FC de volta às principais divisões do futebol inglês, mantendo números expressivos nos balanços.

Construção do império Disney

Eisner assumiu a presidência da Disney em 22 de setembro de 1984, quando cada ação valia US$ 1,24. Ao entregar o cargo a Bob Iger em 30 de setembro de 2005, o papel estava cotado a US$ 23,80 — alta de 1.820%.

Entre os marcos de sua administração estão:

  • Reativação da animação tradicional com “A Bela e a Fera”, “Aladdin” e “O Rei Leão”.
  • Expansão de parques: dois novos complexos na Flórida, além de unidades na Califórnia, Paris (1992) e Hong Kong.
  • Acordo de distribuição com a Pixar em 1991, cujos títulos renderam US$ 3,4 bilhões até 2005 e pavimentaram a compra do estúdio em 2006.
  • Estreia da Disney na Broadway em 1994; os 10 espetáculos do Disney Theatrical Group já atraíram 230 milhões de espectadores em 38 países.
  • Lançamento da Disney Cruise Line em 1998, operação que hoje fatura mais de US$ 2 bilhões anuais.

Tornante: virada de 180 graus

Após sair da Disney, Eisner fundou a Tornante — nome inspirado em placas vistas em uma viagem pela Itália (“curva fechada”). A empresa produziu animações de sucesso na Netflix, como Bojack Horseman e Tuca & Bertie, além de investir na plataforma de sorteios Omaze e na fabricante de cards colecionáveis Topps, vendida à Fanatics em 2022 por cerca de US$ 500 milhões.

Do entretenimento aos gramados

Aos 75 anos, em 2017, o executivo adquiriu o Portsmouth FC, fundado em 1898 e então afundado na terceira divisão inglesa após dois processos de insolvência. Diferentemente de grandes investidores que injetam fortunas imediatas nos elencos, Eisner apostou em crescimento orgânico — estratégia que acaba de render o título da League One 2023-2024 e o retorno à Championship.

Finanças em campo

O balanço mais recente, encerrado em 30 de junho de 2024, mostra:

  • Ativos líquidos de US$ 33,5 milhões (£ 26,5 milhões) — maior valor da história de 127 anos do clube — e zero dívida.
  • Caixa de US$ 3,9 milhões, alta de 16,3% desde a compra.
  • Receita recorde de US$ 17,2 milhões (£ 13,6 milhões), aumento de 8,9% em um ano.
  • Prejuízo líquido de US$ 7,1 milhões (£ 5,6 milhões), impactado por bônus ligados ao acesso, bem inferior às perdas de Everton (US$ 67,3 milhões) e Tottenham (US$ 33,1 milhões).

Os ganhos foram impulsionados por bilheteria (US$ 8,7 milhões), direitos de transmissão (US$ 3,2 milhões) e patrocínios de Nike e Uber Eats (US$ 2,3 milhões). A reforma do estádio Fratton Park — projeto de US$ 24 milhões (£ 19 milhões) assinado pelo arquiteto Robert Stern, parceiro de Eisner desde os tempos de Disney — elevou a média de público para 18.952 torcedores, com pico superior a 20 mil presentes em fevereiro de 2024.

Gestão familiar e próxima temporada

Os filhos de Eisner — Anders, Eric e Breck — participam do dia a dia do Pompey ao lado do CEO Andrew Cullen, do CMO Matthew Barker, do CCO Mark Judges e do técnico John Mousinho. A diretoria já autorizou a gravação de conteúdo nos bastidores durante a temporada 2024-2025, alinhando o clube ao modelo de séries como Welcome to Wrexham.

A meta declarada é alcançar a Premier League sem comprometer as finanças. “É um jogo de vitória, estratégia e gestão inteligente, exatamente como no entretenimento”, afirma Eisner.

Com informações de Forbes

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