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Tarifa de Trump e sanções a Moraes criam tensão entre Centrão e família Bolsonaro

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A ofensiva anunciada em 4 de agosto de 2025 pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — que subiu tarifas sobre produtos brasileiros e incluiu o ministro do STF Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky — expôs fissuras dentro do campo conservador e tornou incerta a articulação entre o Centrão e a família Bolsonaro para a eleição presidencial de 2026.

Críticas de Eduardo Bolsonaro agravam clima interno

Logo após o anúncio norte-americano, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) cobrou posicionamento de governadores apontados como potenciais candidatos ao Planalto — Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Jr. (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) — além do colega de partido Nikolas Ferreira (PL-MG). Segundo ele, a postura cautelosa desse grupo diante das sanções demonstra receio de confrontar Moraes.

Ausências sentidas nos protestos de 3 de agosto

Os quatro governadores e o próprio Jair Bolsonaro, impedido de participar por usar tornozeleira eletrônica, não estiveram nas manifestações contra o ministro do STF realizadas em cerca de 70 cidades. Aliados interpretam as ausências como movimento para evitar desgaste com o Supremo e com o impacto econômico do “tarifaço” de 50 % imposto por Washington.

Centrão calcula riscos de romper ou apoiar

Para o cientista político Leonardo Barreto, da Think Policy, os partidos do Centrão querem usufruir do capital eleitoral de Bolsonaro, mas resistem a aceitar sua liderança. Ele menciona a possibilidade de acordo: apoio do ex-presidente a um nome de centro em troca de empenho pela anistia dos réus de 8 de janeiro e do próprio Bolsonaro, caso seja condenado.

Governadores evitam ataque frontal ao STF

Durante o evento Expert XP, em 26 de julho, Tarcísio, Caiado e Ratinho atribuíram o aumento tarifário ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se abstiveram de criticar diretamente o STF. A exceção foi Zema, que se lançou pré-candidato, culpou Lula, Janja e o tribunal pelo tarifário e defendeu a saída do Brasil do Brics, apontando o bloco como motivação para a retaliação de Trump.

Pressão nas redes e nas ruas

Além de Eduardo, o pastor Silas Malafaia usou as redes sociais para acusar governadores de omissão diante de Moraes. Após conversas com Eduardo, Nikolas Ferreira aderiu aos protestos em Belo Horizonte e São Paulo. Dezenas de milhares de pessoas participaram dos atos em capitais como Rio, Brasília, Salvador, Belém, Campo Grande, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre.

Tarifa de Trump e sanções a Moraes criam tensão entre Centrão e família Bolsonaro - Imagem do artigo original

Imagem: Sílvio RibasBrasília via gazetadopovo.com.br

Análise: ruído momentâneo e ganho político para Lula

O cientista político Ismael Almeida avalia que Lula se beneficia temporariamente do conflito, reforçando discurso nacionalista enquanto o julgamento de Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado se aproxima. Contudo, ele prevê recomposição entre direita e centro-direita até 2026, pois os governadores continuam unidos no objetivo de derrotar o PT.

Trump reforça, mas também complica, estratégia bolsonarista

Na ordem executiva que elevou tarifas, Trump afirmou que o Brasil vive “perseguição política” e defendeu que o “povo decida” o futuro de Bolsonaro. A declaração fortalece o ex-presidente junto à base conservadora, mas impõe custo econômico que preocupa potenciais aliados do Centrão.

Com tensão crescente, lideranças de direita avaliam como alinhar defesa de Bolsonaro, minimizar efeitos do tarifaço nas economias estaduais e manter viabilidade eleitoral para 2026.

Com informações de Gazeta do Povo

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