Washington (EUA) – As senadoras Jeanne Shaheen (democrata de New Hampshire) e Lisa Murkowski (republicana do Alasca) apresentaram no Senado, na semana passada, um projeto de lei que prevê US$ 54,6 bilhões em assistência à Ucrânia nos anos fiscais de 2025 e 2026.
O texto surge em meio ao aumento de ataques russos com drones e mísseis contra cidades ucranianas. “Há uma firme determinação bipartidária de manter a luta corajosa da Ucrânia pela liberdade”, afirmou Shaheen, defendendo maior apoio para sistemas de defesa aérea capazes de proteger escolas e hospitais.
Murkowski destacou que a proposta inclui o uso de bens russos apreendidos. “O projeto responsabiliza o agressor e, ao mesmo tempo, fortalece a prontidão militar dos EUA ao aproveitar as lições do campo de batalha”, disse.
Custo e retorno da ajuda americana
Desde a invasão em larga escala pela Rússia, em fevereiro de 2022, Washington destinou mais de US$ 175 bilhões à Ucrânia, somando apoio militar, humanitário e financeiro. Segundo o Instituto Kiel para a Economia Mundial, o valor equivale, por cidadão americano, a duas xícaras de café por mês. Nesse período, as forças ucranianas destruíram dois terços da frota de tanques pré-guerra da Rússia e quase metade da Marinha russa no Mar Negro, sem envolver soldados dos EUA em combate.
Movimentação no Congresso
O projeto chega pouco depois de a Comissão de Apropriações do Senado aprovar, em 31 de julho, o projeto de orçamento de Defesa para 2026, que adiciona US$ 800 milhões ao Ukraine Security Assistance Initiative (USAI) por 26 votos a 3. O líder republicano Mitch McConnell classificou a Ucrânia como “o Vale do Silício da guerra” e alertou que cortar apoio comprometeria a preparação militar americana. O democrata Chris Coons ressaltou que há “grande entusiasmo” por uma solução justa que não signifique “paz a qualquer preço”.
Em 14 de julho, o presidente Donald Trump anunciou novo pacote de assistência militar e a venda de armas a aliados da OTAN, que poderão repassar equipamentos a Kiev, sinalizando abertura da Casa Branca a mais apoio.

Imagem: forbes.com
Desafios na Câmara
Apesar do clima favorável no Senado, o presidente da Câmara, Mike Johnson, já declarou não ver “apetite” para novos repasses. Parte da bancada republicana também resiste. Ainda assim, deputados de ambos os partidos já votaram a favor de Kiev em ocasiões anteriores, e a eventual aprovação no Senado pode influenciar o debate na outra Casa.
Shaheen e Murkowski afirmam que continuarão negociando para angariar votos. O projeto segue agora para análise das comissões competentes, sem data definida para votação em plenário.
Com informações de Forbes