Washington, 29 de julho de 2025 – O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) publicou o relatório “A Critical Review of Impacts of Greenhouse Gas Emissions on the U.S. Climate”, documento que revisa estudos sobre a influência dos gases de efeito estufa (GEE) no clima do país e apresenta conclusões que diferem de avaliações científicas amplamente divulgadas.
Posicionamento da chefia do DOE
No prefácio, o secretário de Energia, Chris Wright, classifica a energia moderna como “milagrosa” por sustentar indústrias e avanços sociais, mas afirma que o debate atual sobre riscos climáticos é “exagerado ou incompleto”. Wright defende:
• Reconhecimento do papel dos combustíveis fósseis no desenvolvimento humano.
• Prioridade ao combate à pobreza energética global, considerada por ele ameaça maior que a mudança climática.
• Estímulo à inovação em vez de restrições a novas fontes de energia.
Pontos centrais do estudo
Assinado por cinco cientistas com doutorado, o relatório destaca sete pontos principais:
1. Fertilidade vegetal: concentrações mais altas de CO₂ “aumentam o crescimento de plantas”, ajudando a “reverdecer” áreas e elevar a produtividade agrícola.
2. Acidificação dos oceanos: o DOE reconhece possível impacto sobre recifes de coral, mas cita a recente recuperação da cobertura de corais na Grande Barreira de Corais como sinal de resiliência.
3. Incertezas em modelos climáticos: projeções de aquecimento sob duplicação de CO₂ variam de 1,8 °C a 5,7 °C; métodos baseados em dados históricos sugerem faixa “menor e mais estreita”.
4. Eventos extremos: registros norte-americanos “não mostram tendência de longo prazo” em furacões, tornados, inundações ou secas.
5. Nível do mar: elevação global de cerca de 20 cm (oito polegadas) desde 1900; marégrafos nos EUA “não indicam aceleração além da média histórica”.

Imagem: forbes.com
6. Atividade solar: contribuição do Sol para o aquecimento do final do século XX pode estar “subestimada”.
7. Efeito de políticas domésticas: ações dos EUA teriam impacto “indetectável” no clima global e somente se manifestariam “após longos atrasos”.
Contexto numérico apresentado
O documento relembra que emissões globais por combustíveis fósseis e cimento saltaram de 2 bilhões para 40 bilhões de toneladas anuais entre 1900 e hoje, elevando a concentração atmosférica de CO₂ de 300 para 430 partes por milhão — nível mais alto em três milhões de anos, segundo o DOE.
Também calcula que o aumento médio recente do nível do mar, de 2 a 3 mm ao ano, projetaria cerca de 20 cm adicionais até 2100 caso não haja aceleração.
Próximos passos
O relatório não propõe metas específicas, mas defende “maior debate” sobre custos, benefícios e incertezas das políticas de descarbonização. O conteúdo completo está disponível no site do Departamento de Energia.
Com informações de Forbes