São Paulo — O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi vaiado e rotulado de “inimigo da nação” por manifestantes que ocuparam a Avenida Paulista neste domingo, 3 de agosto de 2025. O protesto pedia o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a destituição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Banners espalhados pela via exibiam o rosto ou o nome de Motta acompanhados da mensagem “esses são os inimigos da nação”. O parlamentar também foi vaiado quando teve seu nome mencionado no discurso do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
Pressão pela anistia a presos de 8 de janeiro
Parte do público atribui a Motta a responsabilidade por barrar a tramitação do projeto que concede anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Durante o ato, Nikolas Ferreira cobrou o colega: “Presidente Hugo Motta, chegou a hora de dividir os meninos dos homens. Não brinque com a vida das pessoas presas injustamente. Nós só estamos pedindo: paute a anistia. O resto nós vamos fazer”.
Em entrevistas recentes, Motta declarou que não permitirá que a proposta interfira na agenda econômica da Câmara. “Em um cenário de crise internacional, não podemos ter uma crise institucional. Não vamos misturar essas pautas”, afirmou à CNN Brasil em abril. O deputado reconheceu que os pedidos de anistia são “pauta válida”, mas defendeu diálogo com as instituições.
Outros alvos dos manifestantes
Além de Motta, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e parlamentares contrários à anistia também apareceram em faixas críticas. Pacheco é acusado pelos manifestantes de engavetar o tema no Senado.

Imagem: Thiago Vieira via gazetadopovo.com.br
Mobilização nacional
Atos semelhantes ocorreram em mais de 30 cidades brasileiras. Em meio a camisas verde-amarelas e bandeiras do país, os participantes criticaram as medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), impedido pelo STF de deixar sua residência nos fins de semana e, portanto, ausente dos protestos.
Não houve registro de incidentes graves até o fechamento desta reportagem.
Com informações de Gazeta do Povo