O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), reiterou nesta sexta-feira, 1º de agosto de 2025, que o encontro será realizado em Belém (PA) e não existe alternativa de sede. “Não vamos nos mudar. A COP30 vai ser em Belém e não há nenhum plano B”, declarou.
A conferência principal está marcada para ocorrer de 10 a 21 de novembro. O maior obstáculo até o momento é o custo das acomodações: relatórios apontam que as diárias em hotéis da capital paraense estão de 10 a 15 vezes acima do valor habitual, superando o padrão de outras edições, nas quais os preços costumam apenas dobrar ou triplicar.
Pressão internacional
Delegações de países em desenvolvimento, especialmente do continente africano, temem que as tarifas inviabilizem a participação. Até nações financeiramente robustas, como Áustria, Bélgica, Canadá, República Tcheca, Finlândia, Holanda, Noruega, Suécia e Suíça, enviaram pedidos formais para que a ONU avalie a transferência do evento.
Corrêa do Lago reconheceu o problema e disse estar em busca de preços compatíveis com o orçamento dos países menos favorecidos. “Com a ausência dos países mais pobres, a COP perderia legitimidade”, afirmou.
Plataforma de hospedagem da ONU
Para tentar conter a escalada de preços, a organização lançou uma plataforma oficial de hospedagem gerida diretamente pela ONU. O sistema prioriza delegações de 98 países em desenvolvimento e ilhas-Estado, oferecendo diárias limitadas a US$ 220. Para os demais participantes, as tarifas variam entre US$ 220 e US$ 600. O site chegou a sair do ar nesta semana por excesso de acessos.

Imagem: Rafael Medelima via gazetadopovo.com.br
Oferta de leitos
Belém dispõe normalmente de cerca de 18 mil camas, mas a COP30 deverá atrair 45 mil a 50 mil visitantes. Para ampliar a oferta, o governo federal estuda atracar dois navios de cruzeiro com capacidade total de até 6 mil leitos e adaptar escolas públicas, alojamentos militares, imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida e hospedagens religiosas.
O Brasil terá de apresentar novas medidas para contornar o problema em 11 de agosto, durante reunião emergencial com o Bureau da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC). “Vamos garantir que a questão do preço dos hotéis seja superada para que todos possam vir a Belém”, concluiu o diplomata.
Com informações de Gazeta do Povo