LOS ANGELES, 1º de agosto de 2025 – A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou centenas de subsídios destinados à Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) depois de denúncias de antissemitismo relacionadas a protestos pró-Palestina ocorridos no campus.
Em carta enviada à comunidade acadêmica, o reitor Julio Frenk informou que a instituição recebeu notificação oficial sobre a suspensão de recursos de pesquisa concedidos pela Fundação Nacional de Ciência (NSF), pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e por outras agências federais. Segundo o dirigente, “centenas de subsídios poderão ser perdidos, afetando negativamente o trabalho que transforma vidas de pesquisadores, docentes e funcionários da UCLA”.
Frenk não detalhou o montante congelado; contudo, o jornal Los Angeles Times estimou que o bloqueio alcance cerca de US$ 200 milhões. O reitor, mexicano e primeiro latino a comandar a universidade, é judeu e afirmou que o governo justificou a medida citando “antissemitismo e preconceito”. Para ele, retirar fundos “que apoiam pesquisas que salvam vidas” não contribui para enfrentar a suposta discriminação.
A decisão foi anunciada poucos dias depois de a UCLA concordar em pagar mais de US$ 6 milhões para encerrar um processo movido por três estudantes judeus e um professor, que acusavam a instituição de permitir um protesto pró-Palestina considerado hostil.
A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, declarou na terça-feira (29) que o Departamento de Justiça obrigaria a universidade a “pagar um alto preço” por “colocar judeus americanos em risco”, acrescentando haver “evidências preocupantes de antissemitismo sistemático” no campus.

Imagem: ALLISON DINNER via gazetadopovo.com.br
A UCLA é a mais recente universidade alvo de iniciativas do governo Trump contra supostos casos de antissemitismo ligados a manifestações e acampamentos contrários a Israel ocorridos em 2024. Nas últimas semanas, a Universidade Columbia aceitou pagar US$ 200 milhões e a Brown, US$ 50 milhões para encerrar disputas semelhantes, enquanto Harvard segue em negociação.
Com informações de Gazeta do Povo