SÃO PAULO – Entre os dez principais produtos que o Brasil vende aos Estados Unidos, apenas café e carne bovina ficaram de fora da lista de exceções às tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump. A medida, que passa a valer em 6 de agosto, acendeu o alerta de exportadores brasileiros, que ainda trabalham para reverter a decisão.
A esperança está no histórico recente de concessões norte-americanas. Segundo representantes do setor, o governo dos EUA costuma ceder quando há forte pressão de seus próprios importadores. Foi o que ocorreu, por exemplo, com o suco de laranja brasileiro. “Não se tratou de uma concessão ao Brasil, mas à indústria americana, que depende da fruta brasileira”, afirmou Ibiapaba Netto, diretor executivo da CitrusBR, entidade que reúne Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus.
Lobby intensificado
Seguindo essa lógica, organizações nos Estados Unidos têm intensificado a mobilização contra as tarifas sobre alimentos. A Associação Nacional de Restaurantes enviou carta ao governo na quarta-feira manifestando “extrema preocupação” com possíveis impactos sobre o fornecimento de café e carne bovina, informou a agência Reuters.
A perspectiva de aumento de preços já vem ganhando destaque na imprensa norte-americana. O Wall Street Journal dedicou reportagem aos efeitos da taxação sobre o café brasileiro, cultura praticamente ausente nos campos dos EUA. “Não há substituto fácil para o café do Brasil”, disse o analista James Watson, do Rabobank, ao jornal.
Imagem: REUTERS Amanda Perobelli via infomoney.com.br
Data-limite
Os exportadores brasileiros contam com essas pressões para tentar incluir café e carne bovina na relação de produtos isentos antes de 6 de agosto, quando o tarifaço começará a valer. Até lá, o setor segue articulando encontros e argumentos em Washington para evitar que duas das principais commodities agropecuárias do país sejam sobretaxadas.
Com informações de InfoMoney
