As negociações entre candidatos e empresas mudaram de tom. Reportagem publicada em 1º de agosto de 2025 pela Forbes mostra que profissionais chegam às entrevistas com listas de exigências antes mesmo de receberem uma oferta formal, pressionando as organizações a adaptar cargos às habilidades e interesses individuais.
Contratar pessoas e criar funções em torno delas
Esse movimento ganhou força após a declaração de Dr. Olin Oedekoven, CEO da Peregrine. Anos atrás, ele afirmou que preferia “contratar pessoas excelentes e depois construir o trabalho em torno do que elas fazem melhor”. Na época, a ideia soava idealista; hoje, encontra eco em companhias interessadas em reter talentos que buscam significado e flexibilidade.
O que os candidatos perguntam
Entre as dúvidas mais frequentes estão o nível de flexibilidade, o uso de tecnologia no dia a dia e a possibilidade de o cargo evoluir junto com o profissional. Muitos aceitam tarefas rotineiras, mas querem utilizar seus pontos fortes e perceber impacto direto em projetos, sinalizando o fim das descrições “tamanho único”.
Personalização ou apenas nova embalagem?
Algumas empresas rotulam como personalizada apenas a oferta de trabalho remoto ou horários flexíveis. Outras adotam medidas mais amplas, como liberar 10% da jornada para explorar funções diferentes ou recorrer à inteligência artificial para sugerir projetos compatíveis com competências e aspirações de carreira.
Limitações permanecem: em organizações com centenas ou milhares de funcionários, personalização total nem sempre é viável, sobretudo em funções sujeitas a normas de segurança, requisitos legais ou operacionais.
Tecnologia como facilitadora
Soluções de IA têm papel central nessa transição. A Walmart utiliza o assistente de voz Ask Sam para responder dúvidas internas. A Workday conta com software que recomenda treinamentos conforme histórico e interesses do colaborador. A Salesforce desenvolveu sistema próprio que analisa pontos fortes e sugere novos caminhos na empresa. Plataformas como Gloat e Eightfold também conectam pessoas a projetos ou vagas internas com base em habilidades.
Apesar da automação, especialistas ressaltam que as ferramentas não substituem o diálogo: a concordância do funcionário continua decisiva para assumir um novo desafio.
Imagem: forbes.com
O que o profissional precisa saber
Antes de pedir um trabalho sob medida, o candidato deve mapear o que realmente o motiva: prefere autonomia ou estrutura? Variedade ou constância? Feedback frequente ou pontual? Questões assim, discutidas na entrevista, ajudam gestores a oferecer suporte adequado.
Para quem já está empregado e sente falta de encaixe, a recomendação é conversar com o líder antes de buscar outro emprego. Em muitos casos, novos cargos nascem após funcionários declararem interesses e metas de desenvolvimento.
Desafios e oportunidades
A personalização de funções ganha espaço, mas exige esforço de ambos os lados. Empresas que demoram a flexibilizar riscos de perder talentos para concorrentes mais ágeis, enquanto profissionais precisam apresentar propostas claras e estar abertos a ajustes durante a jornada.
Com informações de Forbes
