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Governadores lançam pacotes de crédito para conter impacto do tarifaço de 50% dos EUA

Estados que concentram grande parte das exportações brasileiras aos Estados Unidos anunciaram programas próprios de financiamento para reduzir o efeito da tarifa de 50% que Washington aplicará sobre produtos nacionais a partir de 6 de agosto.

Medidas antecipam reação ao aumento de impostos

Sem prerrogativa para negociar com o governo norte-americano, os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Junior (Paraná), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Ronaldo Caiado (Goiás) recorreram a linhas de crédito subsidiadas, postergação de tributos e criação de fundos para apoiar setores mais dependentes do mercado norte-americano.

São Paulo libera R$ 200 milhões

Maior exportador brasileiro para os EUA, com quase US$ 14 bilhões em 2024, São Paulo colocou em operação o programa “Giro Exportador”. A iniciativa destina R$ 200 milhões a empresas que vendem para aquele país, com juros a partir de 0,27% ao mês mais IPCA, prazo de 60 meses e carência de até um ano. O limite é de R$ 20 milhões por cliente.

Minas Gerais repete valor de SP e adia tributos

O governo mineiro disponibilizou outros R$ 200 milhões por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). O pacote inclui adiamento de impostos e isenção de ICMS para mercadorias que, por causa da tarifa, passem a ser vendidas internamente. O estado, que exporta café e aço, fez negócios de US$ 1,5 bilhão com os EUA em 2024.

Paraná projeta mais de R$ 400 milhões

No Paraná, Fomento Paraná e BRDE ofertarão créditos que podem superar R$ 400 milhões. Haverá ainda flexibilização de prazos para investimentos já contratados e possibilidade de usar créditos de ICMS como garantia ou capital de giro. O estado vende em média US$ 1,5 bilhão por ano aos EUA, principalmente madeira, máquinas e produtos agroindustriais.

Rio Grande do Sul abre R$ 100 milhões

O programa gaúcho, operacionalizado pelo BRDE, terá R$ 100 milhões em crédito, com juros finais entre 8% e 9% ao ano mais 4% de IPCA. As empresas terão até 60 meses para pagar, com 12 de carência. Podem participar companhias de todos os portes que exportaram aos EUA em 2024 ou no primeiro semestre de 2025. Em 2024, o estado enviou quase US$ 2 bilhões para o mercado norte-americano.

Goiás apresenta fundo de R$ 628 milhões

Goiás estruturou o Fundo Creditório, que reúne R$ 314 milhões em créditos de ICMS e igual valor captado no mercado financeiro, totalizando R$ 628 milhões. A taxa será de 10% ao ano, nível inferior ao de linhas federais. Carne bovina responde por 61% das exportações goianas aos EUA; ferro e aço, por 11%.

Setor produtivo vê alívio temporário

Para entidades empresariais, o crédito com juros menores garante fôlego imediato para folha de pagamento e fornecedores, mas não resolve a perda de mercado. O Sebrae de São Paulo projeta impacto entre R$ 16 bilhões e R$ 18 bilhões na economia paulista. Já o setor de serviços alerta que micro e pequenas empresas precisarão de apoio contínuo para encontrar novos compradores no exterior.

Com informações de Gazeta do Povo

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