31 de julho de 2025 — O ator Logan Lerman e a diretora Sophie Brooks falaram sobre “Oh, Hi!”, comédia romântica que acaba de chegar aos cinemas pela Sony Classics e coloca a cultura do “situationship” sob os holofotes.
No filme, Molly Gordon (Iris) e Logan Lerman (Isaac) viajam juntos pela primeira vez. O fim de semana, marcado por um jantar romântico, descamba para o caos quando o casal encontra algemas em um armário de BDSM e descobre que não compartilha a mesma visão sobre exclusividade. Surpresa com a revelação, Iris decide manter Isaac preso à cama para provar “como o relacionamento poderia dar certo”.
Mal-entendidos em cena
Segundo Sophie Brooks, a trama reflete confusões comuns nos primeiros encontros. “Ambos acham que estão certos: ele acredita que não eram exclusivos; ela, que eram. Esse tipo de ruído é típico quando se tenta parecer descolado e não carente”, afirmou a diretora.
Lerman contou que ficou “de queixo caído” ao ler o roteiro. “Já estive no lugar da Iris. A situação me capturou porque me soou verdadeira”, disse o ator, que prefere receber roteiros sem informações prévias para manter a surpresa.
Entre o humor e o risco
Na cena em que Isaac permanece algemado, o personagem questiona se está em perigo. “Foi um ponto difícil de calibrar”, explicou Lerman. “Tínhamos de decidir se ele realmente teme por sua vida.” Brooks acrescentou que Iris jamais chegaria a extremos, mas queria explorar a ideia de “crimes passionais”: “Qualquer um pode dizer coisas fora de caráter num momento de rejeição”.
O diálogo em que Isaac chama Iris de “louca” acende o debate sobre gaslighting. Brooks vê a fala como parte de uma dinâmica de gênero recorrente. “Ele não tenta manipulá-la; apenas não sabe se relacionar. Quando a mulher expressa querer amor, logo é rotulada de desesperada.”
Influência das redes e dos aplicativos
Depois da discussão, Iris recorre à internet em busca de conselhos, num processo que a diretora descreve como “doomscrolling enlouquecedor”. Para Brooks, aplicativos como Tinder ampliam a impressão de que “sempre há algo melhor”, o que pode desvalorizar conexões reais.
Imagem: forbes.com
Lerman concorda que o namoro contemporâneo é um “equilíbrio frágil”. “As pessoas ficam guardadas, evitam rótulos por medo de afastar o outro. Nunca fui bom nesses jogos”, comentou.
Eco de obras anteriores
Intérprete de Charlie em “As Vantagens de Ser Invisível” (2012), Lerman foi questionado sobre a célebre frase do filme — “Aceitamos o amor que achamos merecer” — aplicada a Iris. Para ele, a situação é “mais nuanceada”: “Isaac a deixou se sentir amada até revelar o bloqueio dele. Iris tenta fazê-lo enxergar o valor deles juntos, não se conformar com menos”.
Olhar para as relações de hoje
Entre “Oh, Hi!” e “Materialists”, de Celine Song, Lerman vê necessidade de mais histórias sobre relacionamentos atuais. “Cada década traz dinâmicas próprias. Filmes e séries ajudam a entender como buscamos conexão”, afirmou.
A divulgação de “Oh, Hi!” incluiu visita ao Empire State Building, em Nova York, em 13 de junho, com Lerman, Gordon e Brooks.
Com informações de Forbes
