A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta semana um balanço que mostra forte desaceleração no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estipulados para 2030. Entre 167 metas específicas analisadas, apenas 25 (15%) estão no caminho certo ou já foram alcançadas.
O quadro mais crítico aparece no ODS 2, “Fome Zero”. Segundo a ONU, o número de pessoas subalimentadas caiu para 552 milhões em 2014, após ter atingido 789 milhões em 2005. No entanto, conflitos em países como Síria, Sudão e Somália, somados a fenômenos climáticos como o El Niño, fizeram a fome voltar a crescer a partir de 2015. A situação piorou em 2020, durante a pandemia de covid-19, e a recuperação tem sido lenta.
Metas em melhor situação
O maior percentual de metas no rumo certo pertence ao ODS 7, “Energia Acessível e Limpa”: 40% (dois dos cinco sub-alvos) apresentam progresso satisfatório. Em seguida vêm “Consumo e Produção Responsáveis” (ODS 12), com 36% (quatro de dez metas) em linha com o prazo. Também registram desempenho relativamente melhor os objetivos relacionados a inovação industrial, ação climática, proteção da vida marinha, cidades sustentáveis e parcerias globais, todos com pelo menos 20% das metas em avanço adequado.
Áreas em retrocesso
Três ODS — “Erradicação da Pobreza”, “Água Potável e Saneamento” e “Paz, Justiça e Instituições Eficazes” — não têm nenhuma submeta dentro do cronograma. Nessas frentes, os indicadores apontam estagnação ou piora em aspectos como discriminação, sistemas judiciais e investimentos públicos básicos.
O relatório também revela retrocessos em temas como pesca sustentável, acidificação dos oceanos, estabilidade de preços de alimentos, investimentos agrícolas, direitos trabalhistas, políticas de proteção social e acordos comerciais para países em desenvolvimento. Entre outras preocupações listadas estão sustentabilidade da dívida, biodiversidade, desertificação, subsídios a combustíveis fósseis, desperdício de alimentos, volume de resíduos e falta de professores qualificados.
Imagem: forbes.com
No conjunto, cerca de 40% das metas apresentam “algum progresso”, 30% estão em estagnação ou retrocesso e, para o restante, não há dados suficientes.
Com informações de Forbes
