A Figma estreia na Bolsa de Nova York nesta quinta-feira (31) após captar US$ 1,2 bilhão em sua oferta pública inicial de ações (IPO). A operação fixou o preço dos papéis em US$ 33, acima da faixa indicativa de US$ 30 a US$ 32, e envolveu a venda de 36,9 milhões de ações da companhia e de investidores como Index Ventures, Greylock Partners e Kleiner Perkins.
O valor definido confere à desenvolvedora de software de design e colaboração uma capitalização de mercado de US$ 16,1 bilhões com base nas ações em circulação. Consideradas opções e unidades de ações restritas de funcionários, o montante diluído sobe para cerca de US$ 18,5 bilhões, patamar próximo aos US$ 20 bilhões negociados na tentativa de venda para a Adobe, cancelada em 2023.
Demanda supera oferta em 40 vezes
De acordo com a Bloomberg News, a procura pelos papéis foi quase 40 vezes maior que a quantidade disponível, reforçando o interesse no primeiro IPO relevante de software nos Estados Unidos desde fevereiro, quando a SailPoint foi listada.
Modelo de negócios e expansão
Conhecida por permitir o desenvolvimento conjunto de interfaces de aplicativos web e móveis, a Figma vem ampliando suas funcionalidades. Em 2023 acrescentou o Dev Mode, que aproxima desenvolvedores do processo de design, e, mais recentemente, integrou recursos de inteligência artificial. Neste ano, lançou o Figma Make, capaz de transformar comandos de texto em protótipos funcionais.
No primeiro trimestre, a receita aumentou 46% em relação ao mesmo período do ano anterior, com margem bruta ajustada de aproximadamente 92%. Para analistas da Bloomberg Intelligence, a rentabilidade oferece fôlego para novos investimentos e amplia a presença da plataforma além de designers, alcançando desenvolvedores, gerentes de produto e equipes de marketing.
Controle permanece com os fundadores
O CEO e cofundador Dylan Field manterá 74,1% dos direitos de voto por meio de ações Classe B, que garantem 15 votos cada. Field fundou a empresa em 2012, ao lado de Evan Wallace, enquanto ambos cursavam a Universidade Brown. Ele deixou a instituição dois anos e meio depois para integrar a Thiel Fellowship.

Imagem: infomoney.com.br
Resultados financeiros e cenário do mercado
Nos três meses encerrados em 31 de março, a Figma registrou lucro líquido de US$ 44,9 milhões e receita de US$ 228 milhões. No entanto, o aumento das despesas operacionais gerou prejuízo líquido anual de US$ 732 milhões em 2024.
Com a listagem da Figma, as aberturas de capital nos EUA somam mais de US$ 21 bilhões em 2025 (excluídas as SPACs), superando os US$ 20,2 bilhões captados no mesmo período de 2024.
Detalhes da oferta
Morgan Stanley, Goldman Sachs, Allen & Co. e JPMorgan coordenaram a operação. As ações passam a ser negociadas sob o código FIG. A Adobe desistiu da aquisição da Figma após entraves regulatórios, pagando uma multa de rescisão de US$ 1 bilhão.
Com informações de InfoMoney