Empresas públicas e privadas dos Estados Unidos eliminaram 62.000 postos de trabalho em julho, um aumento de quase 30% em relação a junho e de 140% na comparação anual, segundo relatório da consultoria Challenger, Gray & Christmas divulgado nesta quinta-feira (31).
Com o novo dado, o total de demissões anunciadas em 2025 chega a 806.000, superando os 761.358 cortes registrados em todo o ano de 2024.
Principais responsáveis
De acordo com Andrew Challenger, vice-presidente sênior da consultoria, os maiores vetores de demissões são:
- DOGE impact – cortes promovidos pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) e pela administração Trump;
- Avanço da inteligência artificial – especialmente no setor de tecnologia;
- Tarifas comerciais – impostas pelo governo dos EUA, afetando varejo e montadoras.
Setores mais afetados
Governo: 292.294 vagas eliminadas em 2025, o maior volume entre todos os segmentos. O pacote de desligamentos inclui a oferta de buyout a mais de 2 milhões de servidores; 65.000 aceitaram até agora, além de 24.000 cortes no Exército e 10.000 no Departamento de Assuntos de Veteranos.
Tecnologia: 89.251 cortes no ano, alta de 36% sobre 2024, impulsionados por automação via IA e incertezas sobre vistos de trabalho. Entre as empresas que reduziram quadro estão Intel (21.000), Microsoft (15.000 em duas rodadas), PayPal (2.500) e HP (2.000).
Varejo: 80.487 demissões citando tarifas, inflação e incerteza econômica, avanço de 249% em relação ao mesmo período do ano passado.
Automotivo: 16.883 cortes, atribuídos a tarifas, oscilações na demanda, problemas de cadeia de suprimentos e custos operacionais mais altos.
Imagem: Ty Roush via forbes.com
Terceiro setor: 17.826 postos encerrados após reduções em subsídios federais, alta de 413% sobre 2024.
Contratações previstas
Apesar das demissões, companhias americanas planejam contratar 86.132 profissionais em 2025, contra 73.596 no mesmo intervalo de 2024. Quase um terço dessas vagas está concentrado em entretenimento e lazer, indicando possível recuperação de funções sazonais e de serviço. O setor de seguros projeta 12.800 novas posições, e o automotivo, 6.161. Já tecnologia, construção, bens industriais e energia apresentam planos de contratação menores que no ano passado.
Indicadores de emprego
A taxa de desemprego recuou para 4,1% em junho, após permanecer em 4,2% de março a maio. Mesmo assim, o crescimento do emprego no primeiro semestre de 2025 foi 37% inferior ao verificado em igual período de 2024.
Novos dados sobre o mercado de trabalho serão divulgados no relatório oficial desta sexta-feira (1º).
Com informações de Forbes
