Portland, no estado norte-americano de Oregon, deu um passo decisivo para liderar o movimento global do esporte feminino ao promover, de 23 a 26 de julho, a primeira edição do Epicenter: Women’s Global Sports Summit. O encontro, que reuniu atletas de elite, dirigentes, investidores e a comunidade local, marcou o início oficial da campanha da cidade para se tornar referência internacional na modalidade.
Mobilização conduzida pela RAJ Sports
Por trás da iniciativa está a RAJ Sports, único grupo proprietário nos Estados Unidos que controla simultaneamente uma equipe da WNBA e outra da NWSL: a recém-anunciada franquia de expansão Portland Fire e o Portland Thorns. Liderados pelos irmãos Alex Bhathal e Lisa Bhathal Merage, os executivos planejam criar em Portland um ecossistema de alto nível baseado em inovação, equidade e estrutura voltada às atletas.
“Portland não apenas gosta de esporte feminino; a cidade lidera o país em praticamente todos os indicadores”, afirmou Karina LeBlanc, vice-presidente executiva de Crescimento Estratégico e Desenvolvimento da RAJ Sports. “Temos as atletas, as equipes, a infraestrutura e uma torcida que comparece em peso.”
Epicenter Week: quatro dias de ações integradas
Ao longo da chamada Epicenter Week, a programação incluiu:
- Thorns Community Day, com partidas de base e apresentação de um novo programa de estágios para formar futuras lideranças do esporte feminino;
- Amistoso internacional entre Thorns e o japonês Urawa Red Diamonds, seguido de jogo válido pela NWSL contra o Seattle Reign FC, com estádio lotado;
- Debate “WNBA Fireside Chat”, que apresentou o Portland Fire ao público; mais de 12,5 mil depósitos para carnês de temporada já foram registrados, um ano antes do início da competição;
- Conferência de liderança no quartel-general da Nike, onde atletas, executivos e mídia discutiram investimento de longo prazo e inovação centrada nas jogadoras.
Novo centro de treinamento de US$ 150 milhões
A RAJ Sports confirmou investimento de US$ 150 milhões em um centro de treinamento que atenderá simultaneamente Thorns e Fire. O complexo incluirá áreas de recuperação, pesquisa em performance e espaços abertos à comunidade, alinhando ciência esportiva e estratégia de negócios.
Localizada próximo à sede mundial da Nike, Portland poderá servir de laboratório para testes de produtos e tecnologias direcionadas ao público feminino. “Infraestrutura e inovação estão se encontrando aqui de forma única”, observou a jornalista Sarah Spain, que mediou dois painéis no summit.
Programas sociais e formação de líderes
Durante o evento, foi lançada a plataforma Thorns for All, focada em educação, equidade, saúde, bem-estar e sustentabilidade. Entre as iniciativas, destaca-se o Lead(HERS) of Tomorrow, que levou 11 jovens de escolas da região metropolitana para uma experiência de imersão no escritório do Thorns.

Imagem: forbes.com
Coordenado por Zoe Raiter, diretora de Impacto Comunitário do clube, o projeto é apoiado por Alaska Airlines, Ring e Toyota. “Se elas veem, elas acreditam que podem ser”, disse Raiter sobre o objetivo de estimular carreiras no esporte.
Números que reforçam a candidatura
O Portland Thorns lidera a NWSL em média de público, com 17.200 torcedores por jogo — bem acima da média da liga, de 10.600. Em junho, o clube registrou o maior público da temporada 2025, com mais de 21 mil pessoas. Quando existiu originalmente, em 2001, o Portland Fire já atraía 8.600 fãs por partida na WNBA.
Outro símbolo do interesse local é o The Sports Bra, primeiro bar do mundo dedicado exclusivamente a esportes femininos, aberto em 2022 pela empresária Jenny Nguyen.
Com torcida engajada, liderança visionária, investimento robusto e programas de base, Portland coloca em prática um plano para se tornar o ponto de convergência global do esporte feminino.
Com informações de Forbes