29/07/2025 – Roma (Itália) – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) divulgou nesta terça-feira (29) um vídeo em que confirma ter se apresentado às autoridades italianas e afirma que não pretende cumprir, no Brasil, a pena de 10 anos de prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No pronunciamento, Zambelli qualificou o ministro Alexandre de Moraes, relator de seu processo no STF, como “ditador” e disse que a Itália “não vive sob a autoridade” dele nem de “seus comparsas da Suprema Corte”.
Cooperação internacional
A Polícia Federal informou, em nota, que a parlamentar foi presa em solo italiano por meio de uma “medida de cooperação policial internacional” conduzida pela própria PF em conjunto com a Interpol e autoridades locais.
Defesa
O advogado Fábio Pagnozzi, que representa a deputada, divulgou o vídeo nas redes sociais e declarou que sua cliente decidiu colaborar administrativamente com os pedidos das autoridades italianas, fornecendo endereço e documentos para demonstrar que não era foragida.
Condenação no STF
Em 9 de abril, a Primeira Turma do STF condenou Zambelli a 10 anos de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado, além da perda do mandato e de multa de R$ 2 milhões, por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo a decisão, o hacker Walter Delgatti Neto — apontado como contratado pela deputada — recebeu pena de 8 anos e 3 meses de prisão. Ambos ficaram ainda inelegíveis por 8 anos, contados a partir da condenação.
Imagem: Vinicius Loures via gazetadopovo.com.br
Viagem ao exterior e extradição
Zambelli deixou o Brasil em maio e seguiu para os Estados Unidos. No início de junho, Moraes pediu sua extradição. Apesar disso, a parlamentar declarou no vídeo que somente cumprirá eventual sanção na Itália, país que, segundo ela, é “justo e democrático”.
Acusações de perseguição
No mesmo pronunciamento, a deputada chamou Delgatti de “mentiroso” e disse que o hacker alterou sua versão dos fatos “cinco ou seis vezes”. Para Zambelli, a decisão do STF representa “perseguição política”.
“Eu sei que Deus está olhando para o Brasil. (…) Não estou fugindo, estou resistindo”, declarou a parlamentar ao encerrar a gravação.
Com informações de Gazeta do Povo
