A tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos aumentou após a confirmação, pelo presidente norte-americano Donald Trump, de novas tarifas que passam a valer em 1º de agosto de 2025. A medida, que pode chegar a 100% sobre itens brasileiros, já provoca demissões em diversos setores e ameaça segmentos como suco de laranja, café e aviação.
Para tentar reverter o cenário, uma comitiva de senadores brasileiros esteve em Washington, mas as conversas não avançaram. Os parlamentares procuraram ex-presidentes George W. Bush e Barack Obama, adversários históricos de Trump, o que foi interpretado por analistas como sinal de leitura equivocada do quadro político norte-americano.
Alinhamento político influencia negociações
Fontes ligadas à diplomacia dos Estados Unidos afirmam que interlocutores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o deputado Eduardo Bolsonaro, teriam maior facilidade de acesso ao círculo de Trump. A ausência desse canal dificulta qualquer tentativa de entendimento por parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Impacto econômico já é sentido
Empresas brasileiras relatam prejuízos imediatos. A Embraer, por exemplo, foi afetada pela decisão da companhia aérea norte-americana SkyWest de suspender a compra de aeronaves, citando inviabilidade econômica após o anúncio do aumento tarifário. No agronegócio, exportadoras de café e de suco de laranja iniciaram cortes de pessoal diante da perda de competitividade.
Itamaraty sem estratégia clara
Enquanto o Ministério das Relações Exteriores não apresenta um plano concreto para contornar a crise, o chanceler Mauro Vieira concentrou compromissos da semana em reuniões na ONU sobre conflitos internacionais, deixando pendentes tratativas diretas com a Casa Branca.
Analistas alertam que, se não houver mudança de postura diplomática e política, a disputa pode intensificar-se, comprometendo a balança comercial brasileira e ampliando o desgaste nas relações bilaterais.
Com informações de Gazeta do Povo