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Livro questiona visões negativas da Revolução Industrial e da Era Progressista, mostram dados históricos

Às vésperas dos 250 anos dos Estados Unidos, o economista John C. Goodman destacou, em artigo publicado na Forbes, as conclusões do livro The Triumph of Economic Freedom, de Phil Gramm e Donald J. Boudreaux. A obra reúne estudos acadêmicos que confrontam mitos sobre a história econômica inglesa e norte-americana.

Revolução Industrial na Inglaterra

Segundo os autores, a partir da década de 1830 a renda média dos trabalhadores do norte da Europa passou a crescer ano após ano, algo inédito até então. Antes desse período, a maioria da população mundial vivia próxima ao nível de subsistência, equivalente a cerca de US$ 2 por dia em valores atuais.

Entre os principais indicadores apresentados para o Reino Unido estão:

  • De 1830 a 1900, a renda per capita mais que dobrou;
  • Entre 1840 e 1900, os salários reais de operários da construção subiram 113% (qualificados) e 124% (não qualificados);
  • No intervalo de 1841 a 1901, a expectativa de vida masculina cresceu 20%, e a feminina, 24%;
  • A taxa de alfabetização saltou de 64% para homens e 55% para mulheres em 1851 para quase 97% em 1900.

Dados como esses, apontam Gramm e Boudreaux, explicam a migração do campo para as cidades, apesar das descrições sombrias de escritores como Bertrand Russell, Friedrich Engels, Charles Dickens e Arnold Toynbee.

“Gilded Age” nos Estados Unidos

A obra também rebate a visão de que, entre 1865 e 1900, a industrialização norte-americana teria empobrecido a maioria da população. Os números citados incluem:

  • A renda per capita quase triplicou;
  • Os ganhos reais anuais de trabalhadores não agrícolas avançaram 62%;
  • A expectativa de vida aumentou 13,7%;
  • A mortalidade infantil caiu 34%;
  • A taxa de analfabetismo recuou 47%.

Nos setores considerados monopolistas, a produção entre 1880 e 1890 subiu 175%—sete vezes o avanço do PIB real—e os preços recuaram três vezes mais que o índice geral de consumo.

Era Progressista e regulação

Gramm e Boudreaux identificam dois equívocos sobre o período posterior: o suposto abuso de grandes trustes e a ideia de que a regulação protegia o consumidor. Exemplos citados:

  • Meat Inspection Act (1906) — apoiado pelos grandes frigoríficos de Chicago, que já cumpriam ou podiam absorver os custos das exigências, enquanto pequenos concorrentes ficavam pressionados;
  • Interstate Commerce Commission — criada para regular ferrovias, acabou proibindo descontos secretos e beneficiando as próprias empresas do setor. Décadas depois, durante o governo Carter, tanto democratas quanto republicanos defenderam a desregulamentação do órgão.

Para os autores, tais exemplos indicam que muitas regras surgiram mais para proteger produtores consolidados do que para resguardar o consumidor.

Com informações de Forbes

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