São Paulo – Lançado no início de julho exclusivamente na plataforma Audible, o drama original “Shaky”, escrito pela roteirista norte-americana Katherine Craft, apresenta a trajetória de uma jovem que tenta reconstruir a vida após receber o diagnóstico de Parkinson de início precoce.
A produção em áudio acompanha Nicole Tomkins, baterista de 30 anos dublada por Rosa Salazar. Depois de saber que tem a doença, a personagem volta para a casa da mãe, Grace (interpretação de Roselyn Sánchez), em Plano, no Texas, e passa a conviver novamente com a irmã mais nova, Brianna (Mayan Lopez). Entre ajustes na medicação e mudanças de rotina, Nicole insiste em retomar a carreira na banda de rock de dois integrantes Golden Braid e preparar uma nova turnê.
“Shaky” mescla humor, momentos de luto e situações cotidianas para mostrar os dilemas de quem enfrenta um diagnóstico considerado raro na faixa dos 20 aos 40 anos. A narrativa inclui cenas como a surpresa de uma paciente mais velha no consultório — “Você é paciente? Mas é tão jovem” — e o constrangimento de Nicole quando sintomas neurológicos comprometem um encontro em um bar.
Katherine Craft, que assina roteiros da série “Best Foot Forward” (Apple TV+) e do programa “Kappa Crypto” (Snap Original), baseou parte do enredo em experiências próprias. A autora nasceu com baixa visão, passou por cirurgia sem sucesso na adolescência, convive com TDAH e recebeu recentemente o diagnóstico de fibromialgia. Seu contato direto com o Parkinson vem do pai, que desenvolveu a doença fora da faixa jovem.
A obra aborda ainda o receio de rotulagem midiática — Nicole teme ser vista apenas como “a garota do Parkinson” —, a insegurança em grupos de apoio voltados a pacientes jovens e a sensação de retrocesso ao retornar à casa dos pais em plena busca de independência. Para quem vive situações semelhantes, Craft destaca o objetivo de mostrar que sonhos, identidade e bom humor persistem mesmo diante de uma condição progressiva.

Imagem: forbes.com
Disponível somente em inglês, “Shaky” integra a recente onda de produções que colocam pessoas com deficiência no centro da narrativa, mas foca especificamente no impacto de doenças progressivas diagnosticadas durante a fase considerada produtiva da vida.
Com informações de Forbes