Santiago – A advogada Jeannette Jara, de 50 anos, ex-ministra do Trabalho e Previdência Social do governo Gabriel Boric, foi escolhida para liderar a coalizão de partidos de esquerda na eleição presidencial chilena marcada para novembro.
Jara venceu as primárias unificadas do bloco em 29 de junho, superando a ex-ministra do Interior Carolina Tohá e o deputado Gonzalo Winter, ambos considerados nomes mais moderados. Com o resultado, passou a ser a principal aposta da esquerda para tentar manter o Palácio de La Moneda.
Trajetória ligada ao Partido Comunista
Nascida politicamente nas Juventudes Comunistas durante o curso de Direito na Universidade de Santiago, Jara presidiu a Federação de Estudantes (Feusach) e, paralelamente, atuou como servidora da Receita Federal chilena (SII) e dirigente sindical nos anos 1990. O ingresso formal no Partido Comunista do Chile (PCCh) ocorreu em 1999, quando já passara a integrar o Comitê Central da sigla.
A primeira experiência em cargo público chegou em 2016, ao assumir a Subsecretaria de Previdência Social no segundo mandato da socialista Michelle Bachelet. Em 2021 tentou, sem êxito, a prefeitura de Conchalí. Depois da eleição de Boric, foi nomeada ministra do Trabalho, posto que ocupou até abril deste ano, quando saiu do gabinete para concorrer à Presidência.
Embora mantenha identificação com o PCCh, interlocutores a veem como menos alinhada a posições tradicionais do partido na política externa, já que evita defender abertamente os governos de Cuba e Venezuela.
Apelo por “unidade” para conter a direita
No discurso de vitória das primárias, Jara conclamou as legendas de esquerda a permanecerem unidas para “deter a extrema-direita” nas urnas. “Estamos diante de um avanço do populismo de extrema-direita. Precisamos dar as mãos e enfrentá-lo com a mais ampla unidade política e social”, declarou.

Imagem: Isabella de Paula via gazetadopovo.com.br
Favoritismo da oposição
A quatro meses do primeiro turno, pesquisas apontam vantagem dos candidatos de direita. Jara terá como adversários principais:
- Evelyn Matthei, ex-ministra do Trabalho, pela coalizão Chile Vamos;
- José Antonio Kast, ex-deputado e líder do Partido Republicano;
- Johannes Kaiser, deputado e fundador do Partido Libertário Nacional, apelidado por apoiadores de “Milei do Chile”.
O pleito de novembro definirá quem comandará o país pelos próximos quatro anos.
Com informações de Gazeta do Povo