No painel “A visão dos empreendedores sobre o nosso país: o que está no nosso controle e o que não está”, realizado neste sábado (26) durante a Expert XP 2025, líderes de diferentes setores defenderam a flexibilidade como competência indispensável para quem empreende no Brasil.
Participaram da discussão João Adibe, presidente da Cimed; Alexandre Baldy, vice-presidente da BYD; Sergio Zimerman, CEO da Petz; e Rafael Sales, CEO da Allos. Os executivos ressaltaram que a capacidade de adaptação é decisiva para lidar tanto com transformações de mercado quanto com mudanças geracionais.
Adaptação cultural e tecnológica
Para Adibe, os hábitos de consumo e de trabalho mudaram significativamente nas últimas duas décadas, exigindo que as empresas revisem processos internos. “Se o home office for benéfico, por que não adotar? Pode ter horário flexível também”, afirmou, acrescentando que rigidez na comunicação interna pode elevar a rotatividade.
Produtividade além do local
Zimerman destacou que o critério principal deve ser a entrega de resultados, independentemente de o funcionário estar no escritório ou em casa. “Há quem esteja fisicamente presente e não produza, e quem trabalhe de forma remota e entregue muito”, disse. Na visão do executivo, um equilíbrio entre presença física e trabalho à distância fortalece a cultura sem abrir mão da eficiência. “Flexibilidade é o nome do jogo”, concluiu.
Dupla responsabilidade: operação e capital
Responsável pela gestão de shoppings, Sales lembrou que setores intensivos em capital exigem uma visão dupla do empreendedor: administrar o negócio e, simultaneamente, cuidar da alocação de recursos. Segundo ele, é necessário reinvestir entre 7% e 8% do faturamento anual para manter os empreendimentos atualizados e garantir resultados consistentes.

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Motivação além do retorno financeiro
Baldy alertou que o foco exclusivo no lucro pode gerar frustração. O ex-ministro das Cidades citou obras de metrô e programas habitacionais que impactam milhões de pessoas como exemplos de motivação diária. “Quem trabalha só pensando em ganhar dinheiro terá mais dificuldade. O dinheiro é consequência”, afirmou.
Os quatro empresários concordaram que a flexibilidade – seja em processos, gestão de pessoas ou estratégia de investimento – continuará sendo fator decisivo para o sucesso dos negócios em um ambiente econômico marcado por mudanças rápidas.
Com informações de InfoMoney