Mais de 100 mil pessoas ocuparam o centro de Londres na tarde de sábado (13), em uma manifestação organizada pelo ativista conservador Tommy Robinson sob o lema Unite the Kingdom. De acordo com a Polícia Metropolitana, cerca de 110 mil manifestantes caminharam do sul da cidade até a área governamental carregando a Union Jack e a cruz de São Jorge para protestar contra a imigração ilegal.
Grande marcha na capital
Nas redes sociais, Robinson classificou o ato como “a maior manifestação da história britânica” e declarou que “a revolução começou”. Durante o percurso, participantes exibiram cruzes com o nome do influenciador conservador americano Charlie Kirk, assassinado nos Estados Unidos nesta semana, transformando parte do protesto em homenagem póstuma.
Operation Raise the Colours
O ato em Londres é o ponto mais visível de uma mobilização nacional batizada de Operation Raise the Colours, iniciada em agosto nos subúrbios de Birmingham. O movimento incentiva moradores a instalar bandeiras em postes, fachadas e passagens de pedestres. Segundo a agência Reuters, a campanha já arrecadou 20 mil libras para compra de bandeiras, cabos e suportes, instalados por voluntários que percorrem bairros com escadas e ferramentas.
“Não somos racistas, somos apenas orgulhosos de ser britânicos”, disseram participantes à BBC, rebatendo críticas de opositores que veem a ação como extremista. A iniciativa já se espalhou por Londres, Manchester, Newcastle, Norwich e até pela Ilha de Wight. Em alguns casos, bandeiras foram erguidas perto de hotéis que acomodam solicitantes de asilo, aumentando a polarização.
Episódio em escola acirrou debate
O ambiente de afirmação nacional ganhou força após um episódio em julho, quando a estudante Courtney Wright, 12 anos, foi retirada de sala em Rugby por usar um vestido das Spice Girls estampado com a Union Jack no Dia da Cultura da escola. A família afirmou que a direção considerou a vestimenta um gesto político. Após repercussão negativa, a instituição pediu desculpas e prometeu rever suas políticas.
Reação política
Conselhos municipais administrados pelo Partido Trabalhista determinaram a retirada de algumas bandeiras alegando questões de segurança viária, provocando resposta de lideranças conservadoras. O deputado Robert Jenrick afirmou que “enquanto conselhos que odeiam a Grã-Bretanha tiram nossas próprias bandeiras, nós as levantamos”. Já Nigel Farage, do Reform UK, disse que os símbolos nacionais “devem e irão tremular por todo o país”.

Imagem: TAYFUN SALCI
O primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer considerou as bandeiras legítimas, mas alertou para tentativas de usar o patriotismo como ferramenta de divisão no debate sobre imigração. Para o editor Brendan O’Neill, da revista The Spectator, e para o cientista político Matthew Goodwin, a multiplicação de bandeiras reflete reação popular à imigração em massa e a uma elite que, segundo eles, negligencia o orgulho nacional.
A manifestação deste sábado encerrou-se sem incidentes graves relatados pela polícia. Novos atos podem ocorrer nas próximas semanas, segundo organizadores.
Com informações de Gazeta do Povo