Um grupo de deputados federais do PT apresentou, nesta sexta-feira (13), um pedido para que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declare o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, persona non grata no Brasil.
A solicitação foi protocolada pelos deputados Luiz Couto (PT-PB) e Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), por meio de uma indicação encaminhada ao Ministério das Relações Exteriores, e recebeu o apoio de outros 20 parlamentares da bancada petista.
No documento, os signatários afirmam que medidas tomadas por Trump configuram “agressões” ao Brasil, citando o aumento de tarifas sobre produtos nacionais e a cassação de vistos de autoridades brasileiras, entre elas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Os deputados defendem que a reação diplomática seja “enérgica e proporcional”.
“A omissão do Estado brasileiro diante de uma agressão de tal magnitude criaria um precedente perigoso e inaceitável”, diz o texto enviado ao chanceler Mauro Vieira, reforçando que a iniciativa busca resguardar a soberania nacional e a dignidade das instituições brasileiras.
Conceito de persona non grata
Na prática diplomática, declarar alguém persona non grata significa tornar indesejada a presença desse representante estrangeiro no território nacional, impedindo sua entrada ou permanência. Em fevereiro do ano anterior, o próprio presidente Lula foi alvo de medida semelhante por parte de Israel, após comparar a ofensiva do país contra palestinos ao Holocausto.
Críticas de Trump ao julgamento de Bolsonaro
Dois dias antes do protocolo petista, na quinta-feira (11), Trump criticou a decisão da Primeira Turma do STF que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em conversa com jornalistas na Casa Branca, o líder norte-americano classificou a condenação como “muito ruim para o Brasil” e elogiou Bolsonaro como “um líder exemplar”.

Imagem: AAR SCHWARTZ
O norte-americano já havia chamado o processo contra Bolsonaro de “caça às bruxas” e comparado a situação do brasileiro às ações judiciais que enfrenta nos Estados Unidos.
Sanções e tarifas
Em julho, Washington aplicou sanções a ministros do STF, inclusive a Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, e elevou tarifas sobre produtos brasileiros, aumentando a pressão diplomática e econômica sobre o Brasil.
O pedido dos parlamentares será analisado pelo Itamaraty, que decide se encaminha ou não a recomendação ao presidente da República.
Com informações de Gazeta do Povo