O governo israelense reagiu com dureza nesta sexta-feira (12) à aprovação, pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de uma declaração que apoia a criação de um Estado palestino ao lado de Israel. Em mensagem divulgada na rede social X, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Oren Marmorstein, afirmou que o país “rejeita totalmente” a decisão e descreveu o plenário da ONU como um “circo político distante da realidade”.
A resolução, de caráter não obrigatório, foi aprovada por 142 votos favoráveis, 10 contrários e 12 abstenções. Entre os governos que votaram contra estão Estados Unidos, Hungria, Argentina e Paraguai. Já Reino Unido, França, Canadá e Austrália — que costumam apoiar Israel — manifestaram apoio ao texto nesta ocasião.
Conhecido como Declaração de Nova York, o documento surgiu a partir de uma conferência organizada por França e Arábia Saudita em julho. O texto defende “passos tangíveis, com prazos e irreversíveis” rumo à solução de dois Estados, solicita o fim imediato da guerra na Faixa de Gaza e propõe a criação de uma missão internacional temporária de estabilização, que precisaria ser autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU.
Para Israel, o texto falha ao não responsabilizar o Hamas pela continuidade do conflito. “Não existe menção ao simples fato de que o Hamas é o único responsável por prolongar a guerra ao se recusar a libertar os reféns e se desarmar”, declarou Marmorstein. Ele acrescentou que a iniciativa “não promove a paz, mas incentiva o Hamas a continuar o confronto”.
O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, também criticou a votação, qualificando-a de “unilateral” e “prejudicial”. “O único beneficiário é o Hamas. Quando terroristas comemoram, não se está avançando a paz, e sim o terror”, disse.

Imagem: Rick Bajornas
Os Estados Unidos consideraram a adoção da resolução “equivocada e inoportuna”, argumentando que ela enfraquece esforços diplomáticos em curso para encerrar as hostilidades. A diplomata americana Morgan Ortagus declarou em plenário: “Não se enganem, esta resolução é um presente para o Hamas”.
Com informações de Gazeta do Povo