A Polônia solicitou, na madrugada desta quarta-feira (10), consultas formais junto à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) depois que ao menos 19 drones russos foram derrubados em seu território. O pedido foi feito com base no Artigo 4 do Tratado de Washington, que prevê discussões entre os membros sempre que a integridade territorial, a independência política ou a segurança de um aliado seja considerada ameaçada.
Segundo autoridades polonesas, as aeronaves não tripuladas foram abatidas por forças militares de vários países europeus sob coordenação da aliança. O episódio desencadeou reuniões de emergência em Varsóvia e em Bruxelas.
Reunião do Conselho do Atlântico Norte
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, informou que o Conselho do Atlântico Norte se reuniu pela manhã para avaliar o incidente. “Está claro que a violação da noite passada não é um fato isolado”, afirmou, acrescentando que uma apuração completa está em andamento.
Rutte ressaltou que os aliados permanecem “determinados a defender cada centímetro do território” e mantêm sistemas de defesa aérea em estado de prontidão ao longo do flanco oriental.
Histórico de ativações do Artigo 4
Desde a fundação da Otan, em 1949, o Artigo 4 foi acionado sete vezes. A última ocorrência havia sido em 24 de fevereiro de 2022, no início da invasão em larga escala da Rússia contra a Ucrânia.

Imagem: Isabella de Paula
Possível escalonamento
Se novas incursões forem registradas e consideradas um ataque a um país da Otan, os membros podem recorrer ao Artigo 5, que trata da defesa coletiva. O dispositivo estabelece que os signatários “ajudarão” o aliado atingido, o que pode envolver medidas militares, econômicas ou políticas.
Ainda não está claro se a incursão dos drones russos em território polonês foi intencional. Investigações sobre a origem e o objetivo dos equipamentos seguem em curso.
Com informações de Gazeta do Povo