A TikTok Shop, ferramenta de comércio eletrônico do aplicativo de vídeos curtos, ampliou seu volume bruto de mercadorias (GMV) em 4.500% entre maio e agosto de 2025 e passou a ser vista como ameaça direta ao Mercado Livre, segundo relatório do Itaú BBA divulgado nesta terça-feira (9).
Lançada no Brasil em maio, a operação de social commerce registrou GMV de US$ 1 milhão no primeiro mês. Em junho, o montante subiu para US$ 10,1 milhões; em julho, alcançou US$ 25,7 milhões; e, em agosto, chegou a US$ 46,1 milhões, mostram dados da consultoria Tabcut compilados pelo banco.
Participação ainda pequena, mas já relevante
O Itaú BBA calcula que os resultados de agosto da TikTok Shop representem cerca de 2% das vendas do Mercado Livre no país em 2025. Para o banco, metade do faturamento da plataforma de vídeos veio da “aba loja”, área que funciona como um marketplace tradicional e se aproxima do fluxo de usuários da companhia argentina.
“Acreditamos que o cenário competitivo atual no Brasil é o mais difícil que já vimos”, afirma o relatório.
Concorrência se intensifica
Além da TikTok Shop, o banco destaca a Shopee, que mantém crescimento estimado entre 60% e 70% em relação ao ano anterior, e a Amazon, que reforça investimentos em logística e integração de vendedores. Frente a esse ambiente, o Mercado Livre, líder do comércio eletrônico brasileiro com participação superior a 40%, é pressionado a expandir sua malha logística, sistemas de pagamento, programas de fidelidade e demais serviços do ecossistema, mesmo que isso reduza a rentabilidade no curto prazo.

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O Itaú BBA adota visão cautelosa para o desempenho do Mercado Livre no terceiro trimestre. Segundo o banco, o aumento dos desembolsos em logística e a volatilidade nos resultados da operação argentina podem levar a revisões negativas nas projeções de lucro.
Impacto no e-commerce nacional
Apesar da disputa acirrada, o relatório avalia que a entrada de novos players e o incremento de investimentos tendem a acelerar a migração de compras do varejo físico para o on-line, ampliando o mercado brasileiro de comércio eletrônico no horizonte de longo prazo.
Com informações de InfoMoney