A Kaspersky estabeleceu um plano de quatro anos para ampliar significativamente sua presença no Brasil. Segundo Claudio Martinelli, diretor-geral para as Américas, a companhia pretende contratar mais de 40 profissionais ainda em 2024 e “mais do que duplicar” a estrutura local até 2028.
O executivo concedeu entrevista durante a 15ª edição da Cyber Security Week, realizada pela primeira vez no país. “Nossa equipe na América Latina começou o ano com 150 colaboradores e deve superar 200 até dezembro, grande parte deles baseada no Brasil, que é a matriz da companhia nas Américas”, afirmou.
Metas de crescimento
Hoje, a operação brasileira responde por cerca de 40% do faturamento da Kaspersky na região. A empresa projeta triplicar essa receita no intervalo de quatro anos, impulsionada por um portfólio mais amplo de soluções e pelo aumento do ticket médio por cliente.
No Brasil, o fornecedor de cibersegurança atende mais de 12 mil organizações e protege cerca de 2 milhões de usuários — entre eles, as Forças Armadas, que reúnem mais de 300 mil licenças ativas. Na América Latina, o total de usuários ultrapassa 6,5 milhões.
Perfil da empresa
Fundada em 1997 pelo russo Eugene Kaspersky, a companhia conta atualmente com mais de 5 mil funcionários distribuídos em 30 escritórios e atende clientes em 200 países.
Mudança no mix de produtos
Martinelli destacou que o antimalware tradicional hoje representa menos de 30% das vendas globais. “Ele cobre de 20% a 25% da proteção necessária. O padrão básico agora é o EDR, que automatiza respostas sem intervenção do usuário”, explicou.

Imagem: Internet
Para acompanhar ameaças mais sofisticadas, a Kaspersky aposta em serviços de inteligência de ameaças, proteção industrial, gestão de incidentes e em soluções como SIEM, capazes de correlacionar eventos suspeitos em tempo real.
Por que o Brasil?
O executivo avalia que o país combina alto índice de conectividade, adoção precoce de tecnologia e uma economia digital robusta — fatores que, juntos, criam “enorme potencial” para a expansão do negócio. Entre os desafios, ele cita a carência de segurança digital em muitas empresas e a escassez de profissionais qualificados, lacunas que a empresa pretende ajudar a suprir com capacitação e automação de processos.
Com as contratações previstas para este ano e a ampliação das áreas de marketing, negócios, serviços e suporte, a meta da Kaspersky é consolidar o Brasil como principal alavanca de crescimento nas Américas.
Com informações de InfoMoney