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Lula convoca líderes do Brics e intensifica críticas às tarifas de Trump

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Brasília — 8 set. 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu nesta segunda-feira (8) os chefes de Estado do Brics por videoconferência, com o objetivo de reforçar a oposição do bloco às políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O encontro virtual, que durou cerca de uma hora e meia, contou com a participação dos líderes de China, Rússia, Índia, África do Sul, Irã, Egito, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Etiópia. Na abertura, Lula afirmou que os fundamentos da ordem internacional estabelecida em 1945 estão “sendo solapados de forma acelerada e irresponsável”, em referência às medidas unilaterais de Washington.

Atualmente à frente da presidência rotativa do Brics, Lula acusou Trump de “normalizar a chantagem tarifária” para conquistar mercados e interferir em assuntos internos de países emergentes. O petista também criticou a possível aplicação de tarifas secundárias aos que mantêm relações comerciais com a Rússia, o que poderia atingir diretamente o Brasil.

“Em poucas semanas, medidas unilaterais transformaram em letra morta princípios basilares do livre-comércio, como as cláusulas de Nação Mais Favorecida e de Tratamento Nacional”, afirmou o presidente.

Números e próximos passos

Para sustentar o peso do bloco, Lula lembrou que o Brics responde por 40% do Produto Interno Bruto mundial, 26% do comércio internacional e quase metade da população do planeta. Segundo ele, esses dados dão legitimidade ao grupo para liderar uma “refundação do sistema multilateral de comércio” em bases mais flexíveis e voltadas ao desenvolvimento.

A reunião também serviu de preparação para a 80ª Assembleia Geral da ONU, que começa em 23 de setembro, em Nova York. Lula mencionou ainda as tratativas para a Cúpula de Líderes do G20 e a COP 30, previstas para novembro.

Conflitos internacionais

Durante o discurso, Lula condenou a guerra na Ucrânia, defendeu uma solução negociada que considere “as legítimas preocupações de segurança de todas as partes” e criticou a decisão de Israel de assumir o controle da Faixa de Gaza e ameaçar anexar a Cisjordânia. Ele anunciou que o Brasil ingressará como parte na ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça contra Israel.

O presidente reiterou a defesa da solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino e repudiou atos de terrorismo do Hamas e ataques na Caxemira.

Sem previsão de nova data, Lula indicou que o grupo voltará a se reunir após a Assembleia Geral da ONU para avaliar eventuais respostas às políticas comerciais norte-americanas.

Com informações de Gazeta do Povo

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