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Direita amplia pressão por anistia após atos de 7 de Setembro, enquanto STF julga Bolsonaro

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Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ocuparam ruas de várias capitais no domingo, 7 de setembro, para pedir anistia a investigados e condenados em processos ligados a atos antidemocráticos e para defender o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do caso sobre suposta tentativa de golpe de Estado.

Pressão no Congresso

Líderes da oposição anunciaram que chegam a Brasília nesta semana dispostos a cobrar a votação do projeto de anistia. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada do PL na Câmara, afirmou na Avenida Paulista que buscará o apoio do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicano-PB), para levar o texto ao plenário. Segundo ele, “nenhum presidente da Câmara pode conter a vontade de mais de 350 parlamentares”.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reforçou o apelo. Ele esteve em Brasília na semana anterior para fazer a mesma cobrança a Motta e, durante o ato na capital paulista, disse que “trazer a anistia para a pauta é resgatar a justiça”.

A proposta, ainda não protocolada, prevê perdão a todos os condenados, processados ou investigados desde 14 de março de 2019, data de abertura do inquérito das fake news no STF.

Alvos das críticas

A manifestação também exigiu o afastamento de Moraes. Cavalcante declarou que o Senado já dispõe de 41 assinaturas para sustentar o pedido de impeachment e pediu que o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), coloque o tema em votação.

Nos bastidores, porém, Alcolumbre tem dito que não pautará qualquer proposta que beneficie diretamente Bolsonaro. Ainda assim, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, avaliou que PP, União Brasil e PSD somariam votos suficientes na Câmara para aprovar a anistia.

Família Bolsonaro e aliados

Na Avenida Paulista, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que o julgamento no STF representa “humilhação” para a família. Ela lembrou que o ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde 1.º de agosto e é monitorado pela Polícia Federal, que aponta risco de fuga.

Também no ato, o pastor Silas Malafaia reivindicou “liberdade religiosa” e criticou busca e apreensão determinada por Moraes em 20 de agosto, quando teve passaporte e cadernos recolhidos.

Mobilização em outras capitais

No Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o julgamento no STF é uma “farsa” e comparou o processo a uma “segunda facada” contra o pai. Em Brasília, o deputado Zé Trovão (PL-SC) declarou que sua prisão domiciliar reforçou a “vontade de lutar”, enquanto a deputada Bia Kicis (PL-DF) afirmou que a anistia “não é opção, mas imposição”.

Resposta da esquerda

Manifestações organizadas por PT e movimentos aliados tiveram público reduzido. Em Brasília, algumas dezenas de pessoas protestaram contra a anistia a cerca de dois quilômetros do ato “Reaja Brasil”, da direita, sem presença de parlamentares ou ministros.

Diante da baixa adesão, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, marcou reunião para esta segunda-feira, 8 de setembro, no Palácio do Planalto, com ministros e representantes de MDB, PSD, União Brasil, PP e Republicanos. O objetivo é articular estratégias que impeçam o avanço da anistia no Congresso.

Em rede social, Hoffmann criticou manifestantes que exibiram bandeiras dos Estados Unidos e afirmou que “fazem qualquer coisa para livrar Bolsonaro das penas que há de merecer”.

Enquanto isso, o STF retoma o julgamento do ex-presidente na terça-feira, 9 de setembro. Moraes será o primeiro a votar, e a expectativa é de que a Corte conclua o caso até sexta-feira, 12.

Com informações de Gazeta do Povo

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