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Comunidades tradicionais apostam no empreendedorismo para manter a Amazônia em pé

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Brasília – No Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro, iniciativas de povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas ilustram como geração de renda pode caminhar junto com a conservação da floresta. Projetos desenvolvidos no Pará e no Amazonas transformam saberes ancestrais em negócios sustentáveis e reforçam a liderança dessas comunidades na proteção do bioma.

Ribeirinhas extraem óleo de andiroba de forma consciente

Na Ilha do Combu, região sul de Belém (PA), a Associação de Mulheres Extrativistas da Ilha do Combu (AME) obtém de 30 a 40 litros de óleo de andiroba por mês entre abril e setembro. O processo artesanal deixa parte das sementes no solo para favorecer a regeneração das árvores. Com capacitação do Sebrae e da Universidade Federal do Pará, o grupo passou a fabricar sabonetes, repelentes e hidratantes, ampliando o valor agregado do produto e fortalecendo o protagonismo feminino.

Artesanato indígena garante renda no Alto Rio Negro

Em Barcelos (AM), artesãos de várias etnias reúnem-se no Núcleo de Arte e Cultura Indígena de Barcelos (NACIB). A associação comercializa peças produzidas com manejo sustentável de matérias-primas e expõe criações em feiras nacionais e internacionais, com apoio do Sebrae. A atividade preserva técnicas tradicionais, gera autonomia econômica e assegura que a extração de recursos não comprometa a biodiversidade local.

Quilombolas de Moju-Miri fortalecem cadeia do açaí

No quilombo de Moju-Miri, também no Pará, 75 famílias lideradas por Suely Cardoso, 47 anos, beneficiam açaí de várzea durante a safra de julho a novembro. A produção chega a 100 latas diárias, garantindo cerca de R$ 3 mil mensais por núcleo familiar. Apoiada por Senar e Sebrae, a Associação de Moradores Quilombolas de Moju-Miri (AQMOMI) instalou uma miniagroindústria em 2019, superou obstáculos logísticos e diversificou cultivos com cacau e frutas regionais. Mais de 20 jovens da comunidade cursam graduação na Universidade Federal do Pará, incluindo a própria Suely, aluna de Agroecologia.

Empreendedorismo brasileiro lidera ações ambientais

Dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2024 mostram o Brasil na primeira colocação entre 120 países em iniciativas para reduzir impactos ambientais. Entre empreendimentos com até 3,5 anos de atuação, 90,2% adotam medidas como economia de energia e gestão de resíduos. Nos negócios consolidados, 81,1% também cuidam do descarte correto de resíduos sólidos. O presidente do Sebrae, Décio Lima, defende que o fortalecimento dessas empresas é essencial para impulsionar a economia verde.

As experiências de Combu, Barcelos e Moju-Miri reiteram que a floresta em pé e o conhecimento tradicional podem gerar desenvolvimento econômico, valorizando a cultura local e contribuindo para a preservação da Amazônia.

Com informações de Agência Sebrae de Notícias

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