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Apple desenvolve motor de busca com IA para integrar à Siri e enfrentar ChatGPT

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A Apple trabalha em um novo sistema de busca na web baseado em inteligência artificial, batizado internamente de World Knowledge Answers, que deverá ser lançado na primavera do Hemisfério Norte de 2025. O recurso será incorporado à assistente de voz Siri e poderá chegar também ao navegador Safari e ao Spotlight, ampliando a competição com plataformas como ChatGPT, Google Search e Perplexity.

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, o serviço – descrito por executivos como um “motor de respostas” – usará grandes modelos de linguagem (LLMs) para permitir que usuários pesquisem informações em toda a internet diretamente nos sistemas operacionais da Apple. A experiência deverá exibir resultados em texto, fotos, vídeos e pontos de interesse locais, além de oferecer um resumidor automático que torne as respostas mais ágeis e precisas.

Parceria com o Google

Para viabilizar a novidade, a Apple firmou nesta semana um acordo com o Google para testar um modelo de IA desenvolvido pela Alphabet que ajudará a alimentar a nova Siri. Embora a Apple avalie outras opções – como o Claude, da Anthropic, e modelos próprios – o Google Gemini personalizado desponta como favorito para a etapa de sumarização e pode ser usado também na função de planejador de respostas. A companhia, contudo, pretende manter sua tecnologia Apple Foundation Models para pesquisar dados armazenados no dispositivo, preservando a privacidade dos usuários.

O movimento ocorre poucos dias após um juiz federal americano permitir que a Apple mantenha, com ajustes pontuais, o contrato que mantém o Google como buscador padrão em iPhones e iPads – acordo que rende cerca de US$ 20 bilhões anuais à fabricante do iPhone.

Reformulação da Siri

A reformulação completa da Siri, identificada internamente pelos codinomes Linwood e LLM Siri, será dividida em três blocos: um planejador que interpreta comandos, o buscador web e local, e um resumidor de respostas. A atualização faz parte de um pacote de software conhecido como Luck E, correspondente ao iOS 26.4, previsto para março de 2025.

Craig Federighi, vice-presidente sênior de engenharia de software, declarou em encontro com funcionários que o trabalho realizado “colocou a empresa em posição de entregar uma atualização muito maior do que se imaginava”. Entre as novidades, a Siri poderá acessar conteúdo exibido na tela, navegar por aplicativos via comando de voz e responder a solicitações mais complexas.

Equipes e cronograma

O projeto reúne vários times: o grupo Siri liderado por Federighi; a divisão de IA chefiada por John Giannandrea, que tem Robby Walker como um dos responsáveis; e a área de serviços comandada por Eddy Cue. Mike Rockwell, criador do headset Vision Pro, coordena os esforços sob Federighi.

Além do motor de busca, a Apple estuda lançar um agente de IA voltado à saúde, previsto para 2026 em um serviço de assinatura, e planeja aprimorar a Siri para futuros dispositivos domésticos. Uma versão inicial do iOS 26 será distribuída ainda este mês, junto com a linha iPhone 17, mas não deve trazer grandes avanços em IA.

Contratações e perdas de talentos

Para acelerar a iniciativa, a empresa criou a equipe Answers, Knowledge and Information (AKI) e considerou adquirir startups como Perplexity e Mistral. Nos bastidores, porém, o time responsável pelos Apple Foundation Models enfrenta perdas: desde julho, o fundador Ruoming Pang e cerca de dez integrantes migraram para a Meta, enquanto pesquisadores como John Peebles e Nan Du foram para a OpenAI, e Meng Zhao, para a Anthropic.

Na quarta-feira (3), as ações da Apple fecharam em alta de 3,8%, a US$ 238,47, após a divulgação das informações sobre o novo buscador, registrando o maior avanço diário em quase um mês.

Com informações de InfoMoney

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