Poucos dias após chegar ao público, a versão mais recente do ChatGPT, identificada como GPT-5, acumulou mais reclamações do que elogios. A principal queixa dos usuários é a sensação de que a interação ficou menos amigável em comparação às edições anteriores, embora falhas técnicas não figurem no topo das insatisfações.
Para Adriano Silveira, especialista em tecnologia, inovação e fundador da Flap Tecnologia, a onda de críticas está mais ligada a expectativas de um novo salto revolucionário do que a deficiências concretas da plataforma. “Se olharmos para o GPT-5 em relação às primeiras versões, percebemos que a tecnologia evoluiu, não piorou”, afirma.
De 2020 até hoje
Lançado originalmente entre 2020 e 2021, o ChatGPT passou por uma série de atualizações — incluindo etapas intermediárias como GPT-3.5, GPT-4o e GPT-4.5. A principal diferença entre essas versões, explica Silveira, está no volume de parâmetros usados pela inteligência artificial, no tempo de treinamento e nos custos associados.
Nesse contexto, o GPT-5 chega com mais dados, maior número de parâmetros e menor custo de treinamento do que seus antecessores, o que amplia o “poder de conhecimento” da ferramenta para gerar respostas fundamentadas.
Prompts mais simples, resultados melhores
Silveira lembra que, nas primeiras gerações do ChatGPT, era preciso criar comandos (prompts) extensos e minuciosos para obter um texto publicitário no Facebook Ads. “Mesmo com um prompt gigante, o resultado não era tão bom”, recorda.
Com os avanços recentes, um pedido sucinto como “Me ajude a fazer um Facebook Ads para a minha empresa” já tende a entregar um anúncio de qualidade superior. O especialista relata ainda ter usado o GPT-5 como “guia de viagem”, recebendo orientações práticas em tempo real a cada nova solicitação.

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Menos dependência de técnicas de prompt
Até o GPT-4, dominar a arte de escrever prompts era considerado essencial para garantir que a saída correspondesse ao que o usuário desejava. Agora, segundo Silveira, a interação se assemelha cada vez mais a uma conversa com um colega de trabalho. “O conhecimento em prompt será cada vez menos necessário, pois a própria IA já faz esse papel.”
Na avaliação do especialista, o temor de não saber “falar” com a inteligência artificial ainda afasta parte do público, mas essa barreira tende a cair. A orientação é ser direto, objetivo e detalhar o pedido como se estivesse explicando a necessidade a outra pessoa.
Apesar das críticas iniciais, Silveira sustenta que o GPT-5 representa um avanço relevante na trajetória do ChatGPT ao combinar maior capacidade de processamento com usabilidade simplificada para o usuário final.
Com informações de InfoMoney