Alimentação balanceada, sono de qualidade, prática regular de exercícios e relacionamentos saudáveis deixaram de ser meras recomendações. Esses hábitos compõem a chamada medicina do estilo de vida, abordagem que avança como prioridade entre profissionais de saúde, investidores e empreendedores do setor de bem-estar.
O tema domina a 1ª Conferência Global de Medicina do Estilo de Vida, realizada em São Paulo (SP) até domingo (31). O encontro, promovido pela MEV Brasil, reúne mais de 600 médicos, pesquisadores e especialistas.
Foco na prevenção
Diferente do modelo tradicional voltado a diagnósticos e medicamentos, a nova vertente se concentra na mudança de hábitos diários. Seus seis pilares são:
- alimentação saudável;
- atividade física constante;
- sono reparador;
- gestão do estresse;
- relações interpessoais positivas;
- redução de substâncias nocivas, como álcool e tabaco.
Segundo Caio Marcos, diretor pedagógico da Formação de Competências Clínicas da MEV Brasil, cerca de 80% dos gastos globais em saúde estão associados a condições ligadas ao estilo de vida, o que torna a mudança de hábitos estratégica para sistemas públicos e privados.
Mercado bilionário
Dados do Global Wellness Institute indicam que o mercado mundial de bem-estar movimentou mais de US$ 6 trilhões em 2023; no Brasil, o montante chegou a US$ 111 bilhões.
“A medicina do estilo de vida é a ponte ética entre o universo da saúde e o mercado de bem-estar, oferecendo ferramentas para resultados concretos aos pacientes”, afirma Marcos. Enquanto toda a Europa soma menos de 500 profissionais formados nessa área, a MEV Brasil está perto de capacitar 1 000 médicos.

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Relação médico-paciente em foco
Para Luiz Carlos Jr., psiquiatra, cofundador da MEV Brasil e chefe de pesquisa do Hospital Universitário da UFU, a prática marca um ponto de virada na medicina. “Vivemos uma crise porque nos afastamos da tarefa de construir parceria com o paciente. Nosso objetivo final é garantir saúde para que cada pessoa alcance seu potencial”.
Com a conferência, organizadores pretendem consolidar o Brasil como referência global na especialidade, unindo prevenção de doenças crônicas — como diabetes, hipertensão, câncer e problemas cardiovasculares — à melhoria da qualidade de vida de quem já convive com essas condições.
Com informações de InfoMoney