As vendas externas de carne bovina brasileira caminham para um patamar inédito em agosto, mesmo após a imposição de uma tarifa adicional de 50% pelos Estados Unidos. Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que, até a quarta semana do mês, foram embarcadas 212,9 mil toneladas, volume 35% superior à média diária registrada no mesmo período do ano passado.
A projeção da consultoria Agrifatto indica que o país deverá fechar o mês com 265 mil toneladas de carne bovina in natura exportadas, superando o recorde anterior de 217 mil toneladas alcançado em agosto de 2024. “Com certeza vamos bater um recorde para agosto”, afirma Lygia Pimentel, CEO da Agrifatto.
O aumento não se restringe ao volume. O preço médio da tonelada embarcada subiu 26% em relação a agosto de 2024, o que elevou a receita em dólares em 70%. Até a quarta semana, o total faturado chegou a US$ 1,19 bilhão, colocando a carne bovina entre os cinco principais itens da pauta exportadora brasileira, atrás de petróleo, soja e minério de ferro.
Ainda não há definição sobre quais mercados estão absorvendo a parcela antes comprada pelos Estados Unidos, que adquiriram cerca de 28,5 mil toneladas mensais, em média, até julho. Pimentel avalia que a China possa ter antecipado compras e que o México também esteja importando mais, mas ressalta que será preciso aguardar os números completos de agosto.

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Com a sobretaxa norte-americana vigente desde 1º de agosto, analistas apontam que os Estados Unidos tendem a intensificar compras de outros fornecedores, como a Austrália. Esse rearranjo pode estar favorecendo a demanda de países como a China pelo produto brasileiro, reforçando a resiliência do setor exportador nacional.
Com informações de InfoMoney