Buenos Aires — O chefe de gabinete do presidente argentino Javier Milei, Guillermo Francos, afirmou nesta quarta-feira, 27 de agosto de 2025, que as acusações de corrupção envolvendo a secretária-geral da Presidência, Karina Milei, fazem parte de uma “operação política” destinada a desestabilizar o governo.
Francos foi convocado pela oposição para prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados sobre o chamado “caso Andis”. Na semana passada, gravações divulgadas pela imprensa atribuíram ao ex-diretor-executivo da Agência Nacional de Deficiência (Andis), Diego Spagnuolo, a afirmação de que Karina Milei participaria de um esquema irregular em contratos de fornecimento de medicamentos. Spagnuolo foi demitido após a divulgação dos áudios.
Durante a sessão, o chefe de gabinete ligou o episódio à aprovação recente, no Congresso, de uma Lei de Emergência sobre Deficiência, que prevê gastos não cobertos pelo orçamento atual. “Enquanto aprovavam uma lei que desequilibra as contas públicas, organizaram a divulgação dessas falsas denúncias”, declarou. Francos atribuiu a manobra a setores kirchneristas que, segundo ele, “não têm mais espaço na nova Argentina”.
O advogado Gregorio Dalbón, representante da ex-presidente Cristina Kirchner, apresentou na sexta-feira (23) uma denúncia criminal contra Javier e Karina Milei em decorrência do caso. Já na segunda-feira (25), o assessor presidencial Eduardo “Lule” Menem — também citado nas gravações como suposto articulador do esquema — negou qualquer irregularidade em mensagem publicada na rede social X. “Nunca participei de contratos da Andis, formal ou informalmente”, escreveu, classificando as alegações como motivadas politicamente.

Imagem: Enrique Garcia Medina
Francos encerrou sua fala reiterando que o governo seguirá com medidas de “eficiência, simplificação e corte de impostos” e que não cederá a tentativas de desestabilização.
Com informações de Gazeta do Povo