O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 27 de agosto de 2025, que não espera “convulsão social” caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja preso. A declaração foi dada em entrevista ao portal UOL.
Bolsonaro será julgado a partir da próxima semana pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-presidente está em prisão domiciliar desde o início do mês, e a Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou reforço na fiscalização eletrônica por risco de fuga, segundo a Polícia Federal.
“Eu não acredito que isso vá acontecer. Não há espaço no Brasil para uma convulsão social; seria muito ruim se houvesse”, disse Haddad.
Comparação com a prisão de Lula
O ministro comparou um eventual encarceramento de Bolsonaro à prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2018, no âmbito da Operação Lava Jato. Lula permaneceu 580 dias na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde recebeu apoio de movimentos sociais do lado de fora. “Nunca vi o presidente Lula pedir nada que colocasse em risco o devido processo legal, qualquer pressão sobre a Justiça ou tentativa de desmoralizar os poderes”, afirmou Haddad, lembrando ter visitado o petista mais de 40 vezes.
Réus e cronograma do julgamento
Além de Bolsonaro, serão julgados:
• Mauro Cid (ex-ajudante de ordens)
• Walter Braga Netto (ex-ministro)
• Alexandre Ramagem (deputado federal, PL-RJ)
• Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
• Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
• Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
• Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)

Imagem: Diogo Zacarias
O processo, considerado “núcleo 1” ou “crucial” pela PGR, deve se estender até 12 de setembro, envolvendo os cinco ministros da Primeira Turma: Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino e Cármen Lúcia. A maioria é alcançada com três votos no mesmo sentido.
Qualquer integrante pode pedir vista para analisar o caso por até 90 dias; após esse prazo, o processo retorna automaticamente à pauta.
Com informações de Gazeta do Povo