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Rússia amplia arsenal de drones autônomos com chips norte-americanos contrabandeados

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Moscou – A Rússia tem colocado em operação novos modelos de drones equipados com processadores de inteligência artificial da norte-americana NVIDIA, cuja exportação ao país está proibida por sanções internacionais. Pelo menos três tipos de aeronaves não tripuladas – Shahed MS001, V2U e Tyuvik – foram identificados ou citados com a placa Jetson Orin, a versão mais recente e potente do computador de bordo vendido pela companhia dos Estados Unidos.

Como os chips chegam à Rússia

Autoridades ucranianas relatam que as placas Jetson são enviadas em pequenos lotes, rotuladas como outros componentes e desviadas por nações intermediárias até alcançar fabricantes russos de armamentos. Em 2023, a presença do modelo Jetson TX2 já havia sido confirmada no drone de ataque Lancet, de 16 kg, alcance de 40 km e ogiva capaz de destruir um tanque.

NVIDIA domina o mercado de IA

A NVIDIA se tornou em 2025 a primeira empresa a superar US$ 4 trilhão de valor de mercado e detém cerca de 85% do setor de chips para inteligência artificial. Diferentemente dos processadores centrais (CPUs), suas unidades gráficas (GPUs) executam milhares de tarefas em paralelo, requisito essencial para sistemas autônomos. A família Jetson, voltada a eletrônicos portáteis e drones, custa algumas centenas de dólares por placa.

Evolução do uso militar

Teste de campo: a versão inicial do Lancet permitia ao operador travar um alvo na tela; caso o controle por rádio fosse interrompido, a aeronave mantinha a perseguição de forma independente. Registros de 2024 mostraram queda de precisão, mas atualizações de software elevaram o índice de acertos guiados de 30% para quase 60%.

Ampliação da frota:

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Imagem: forbes.com

  • Shahed MS001 – Variação do Shahed iraniano, capturado pela Ucrânia, traz câmera termal, modem digital e Jetson Orin. Além do GPS, identifica objetos no solo antes do ataque.
  • V2U – Drone de quatro asas, semelhante ao norte-americano Switchblade 300, leva ogiva de 3,6 kg e voa mais de 40 km. Usa câmera de alta resolução, telêmetro a laser e navega comparando relevo com mapas digitais. Pode patrulhar estradas e age em grupos, diferenciando companheiros por cores nas asas.
  • Tyuvik – Em produção em série, tem raio de 32 km e carga explosiva de 1,8 kg. Concebido para caçar blindados em movimento; analistas acreditam que também utiliza Jetson Orin, dado o baixo custo e a inexistência de hardware russo equivalente.

Base tecnológica civil

A mesma plataforma Jetson é empregada em competições de drones de corrida desde 2021. Pesquisadores da Universidade de Zurique e da TU Delft mostraram que equipamentos equipados com esses computadores superam pilotos campeões, evidenciando a robustez do hardware que agora impulsiona armamentos russos.

Especialistas apontam que softwares de navegação, planejamento de voo e seleção de alvos podem ser rapidamente transferidos entre diferentes modelos de drones, permitindo atualizações constantes e até funções de enxame. A disponibilidade comercial do Jetson faz com que tecnologias antes restritas a grandes potências militares estejam acessíveis globalmente.

Com informações de Forbes

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