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Estados recorrem a créditos de ICMS e mercado de capitais para baratear financiamentos ao setor agroindustrial

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Com a taxa Selic ainda elevada, governos estaduais começam a usar créditos de ICMS para atrair investidores e reduzir o custo do dinheiro destinado à expansão de agroindústrias. Paraná e Goiás lideram esse movimento, oferecendo linhas próximas de 10% ao ano, patamar bem abaixo do praticado pelos bancos tradicionais.

Paraná sai na frente com Fiagro híbrido

Pioneiro, o Paraná criou o primeiro Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro) que mistura recursos estaduais e capital privado. O instrumento, implantado na gestão do governador Ratinho Jr. (PSD), permitirá financiar a construção de novos aviários para produtores ligados à cooperativa C.Vale, referência na produção de carne de frango. A taxa de juros ficou abaixo de 10% ao ano.

Diante da forte demanda, o estado já publicou um segundo edital para formar novos fundos. Entre os interessados em gerir as próximas carteiras estão BTG Pactual, Itaú e XP. A expectativa é alavancar de R$ 3 bilhões a R$ 5 bilhões em investimentos para cooperativas como a LAR e empresas como a GTF (antiga GTFoods).

Goiás lança FIDCs na B3

Inspirado pelo exemplo paranaense, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), apresentou nesta terça-feira (5) na B3 um programa para a criação de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) focados em projetos agroindustriais. Agroindústrias locais — entre elas São Salvador Alimentos e o grupo sucroalcooleiro Jalles Machado — participaram do evento, assim como a XP Investimentos, representada por Gustavo Almeida e Rafael Furlanetti.

Os FIDCs goianos também oferecerão juros em torno de 10% ao ano. Cada agroindústria usará os créditos de ICMS acumulados nas exportações para aplicar no fundo, levantando recursos para ampliar seu parque fabril.

Uso estratégico de créditos de ICMS

Exportadores costumam acumular créditos de ICMS porque, pela Lei Kandir, as exportações são isentas de imposto. Esses valores, porém, ficam retidos nos cofres estaduais e são liberados lentamente, conforme a situação fiscal de cada governo. Ao autorizarem o aporte desses créditos em Fiagros e FIDCs, os estados destravam capital para o setor produtivo e ao mesmo tempo fomentam novos investimentos locais.

Se bem-sucedida, a estratégia pode se tornar modelo para outras unidades da federação que buscam alternativas de financiamento diante das atuais condições de juros.

Com informações de InfoMoney

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