O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em 6 de agosto que poderá se reunir “muito em breve” com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, abrindo uma nova frente diplomática em meio à invasão russa da Ucrânia.
Envio de emissário e possíveis formatos de cúpula
A declaração ocorreu um dia depois de o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, passar três horas em Moscou com Putin para discutir o conflito e as relações bilaterais. Segundo Trump, o encontro “não foi um avanço”, mas gerou “muito progresso”. Ele indicou que uma cúpula poderia acontecer já na próxima semana, embora reconheça desafios logísticos.
Fontes ligadas à Casa Branca analisam dois cenários: uma reunião bilateral entre Trump e Putin ou, em seguida, um encontro trilateral que inclua o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy. O governo norte-americano também admite a possibilidade de o presidente dos EUA conversar com Putin sem a presença de Zelenskyy.
Em Moscou, o assessor presidencial russo Yuri Ushakov informou que o local do encontro já foi escolhido e será anunciado futuramente, citando os Emirados Árabes Unidos como opção. Ele acrescentou que, no momento, não há negociações em curso para envolver Zelenskyy.
Reações e articulações europeias
Zelenskyy tratou as novidades com cautela. Ainda em 6 de agosto, ele conversou por telefone com Trump e líderes europeus, quando recebeu um relatório sobre a missão de Witkoff. Nas redes sociais, o presidente ucraniano declarou que “a Ucrânia não teme reuniões” e pediu que a Rússia mostre “a mesma coragem” para aceitar um formato trilateral.
No dia seguinte, Zelenskyy conversou separadamente com o chanceler alemão, Friedrich Merz, e com o presidente francês, Emmanuel Macron, na tentativa de alinhar uma posição europeia diante das eventuais negociações de alto nível.
Relato sobre proposta de cessar-fogo congelado
O site polonês Onet divulgou que a equipe de Trump teria apresentado em Moscou um plano de cessar-fogo — não um acordo de paz definitivo. A ideia, segundo fontes anônimas citadas, seria congelar o conflito por 49 ou 99 anos, postergando a definição sobre as áreas ucranianas ocupadas e, na prática, mantendo parte delas sob controle russo.

Imagem: forbes.com
A mesma reportagem menciona a suspensão da maior parte das sanções ocidentais contra Moscou e a retomada de cooperação energética, inclusive importação de petróleo e gás russos. O texto afirma ainda que o esquema não incluiria garantias de freio à expansão da Otan, demanda recorrente do Kremlin.
Ofensiva russa e vítimas civis
Entre 4 e 7 de agosto, bombardeios diurnos da Rússia mataram pelo menos 32 civis e feriram outros 115 em áreas controladas pela Ucrânia. A região de Zaporizhzhia concentrou os ataques mais letais: 17 mortos e 42 feridos. Donetsk, Kharkiv e Kherson registraram três mortes cada, além de 50 feridos somados. No centro do país, Dnipropetrovsk teve ao menos quatro mortos e 17 feridos, enquanto a província de Sumy contabilizou duas vítimas fatais e três feridos.
Se confirmado, o encontro entre Trump e Putin seria a primeira reunião presencial de presidentes dos dois países desde a cúpula de Genebra, em junho de 2021, entre Joe Biden e Putin.
Com informações de Forbes