A Eli Lilly divulgou nesta quinta-feira (13) resultados de um estudo de fase avançada que avaliou o orforglipron, comprimido desenvolvido para tratamento da obesidade. Após 18 meses de acompanhamento, participantes perderam em média 11% do peso corporal, cerca de 11 kg.
O desempenho ficou abaixo das expectativas do mercado, que aguardava eficácia próxima à do Wegovy, injeção da Novo Nordisk responsável por reduções de 14% a 15% em ensaios clínicos. Com a divulgação, os papéis da Lilly caíram mais de 12% nas negociações pré-abertura de Nova York, enquanto as ações da Novo avançaram até 8,4% em Copenhague, maior alta em quase quatro meses.
Detalhes do estudo
A pesquisa contou com mais de 3.100 adultos acompanhados por 18 meses. Náusea, vômito e diarreia foram os eventos adversos mais frequentes, em proporção semelhante à observada com outros agonistas de GLP-1. Cerca de 10% dos voluntários desistiram por causa dos efeitos colaterais. A empresa destacou que não foram identificadas alterações hepáticas, problema que preocupa em outros comprimidos em desenvolvimento.
Próximos passos
A farmacêutica pretende encaminhar os dados às agências reguladoras até o fim do ano e apresentar resultados detalhados em um congresso médico marcado para setembro. Caso o registro seja aprovado, o comprimido de uso diário poderá chegar às farmácias já em 2025.
Segundo a Lilly, o orforglipron é mais simples de produzir que o injetável Zepbound e deve custar menos ao consumidor. A companhia já separou pelo menos US$ 600 milhões em estoques de comprimidos e insumos para atender à demanda inicial.

Imagem: infomoney.com.br
Mercado em expansão
A popularização de medicamentos orais é vista como chave para ampliar o acesso ao tratamento da obesidade, segmento que pode movimentar US$ 95 bilhões até 2030. Rivais como Pfizer e AstraZeneca enfrentaram tropeços em seus programas, reforçando a disputa por uma formulação eficaz e de fácil administração.
Concorrência
A Novo Nordisk aguarda parecer regulatório ainda este ano para uma versão de dose elevada do Rybelsus, sua pílula à base de semaglutida destinada à perda de peso. O desenvolvimento chegou a ser interrompido pela falta do ingrediente ativo, usado também em outros produtos da companhia para diabetes e obesidade.
Com informações de InfoMoney