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Obrigação de definir regime tributário na inscrição do CNPJ pode atrasar criação de empresas

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Empreendedores que pretendem formalizar novos negócios no Brasil terão de escolher o regime tributário já no momento da inscrição do CNPJ. A regra passou a valer em 27 de julho de 2025 e impede a emissão do cadastro caso não seja indicado se a empresa adotará Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real ou algum dos modelos previstos na Reforma Tributária.

A exigência integra o Módulo AT (Ambiente de Trabalho) da REDESIM, plataforma que reúne os órgãos responsáveis pelo registro empresarial, e está descrita na Nota Técnica nº 181/2025 da Receita Federal. Segundo o Fisco, o objetivo é padronizar informações, reduzir erros de enquadramento e harmonizar dados entre União, estados e municípios.

Risco de travar processos

Para especialistas, a mudança pode provocar atrasos imediatos na abertura de empresas. “O sistema não libera o CNPJ sem a escolha do regime, o que exige análise prévia criteriosa”, afirma a advogada Ana Carolina Scafuro, do escritório JLEGAL, especialista em Direito Societário e Contratos. Segundo ela, erros de preenchimento ou a opção equivocada podem gerar tributação maior, multas e até inviabilizar o modelo de negócio, impacto que tende a ser mais pesado para micro e pequenos empreendimentos.

Pontos positivos e aumento da burocracia

Apesar do alerta, consultores reconhecem benefícios. A antecipação da decisão tributária pode evitar divergências cadastrais e estimular planejamento financeiro, principalmente para quem pretende aderir ao Simples Nacional. No entanto, a obrigação reduz a margem para correções posteriores e exige que o empreendedor tenha projeções de faturamento, margens e obrigações fiscais antes mesmo de iniciar as atividades.

Sistemas e sobrecarga

Entidades como Fenaju, Fenacon e redes estaduais da REDESIM apontam risco de sobrecarga nas Juntas Comerciais, atrasos na emissão de CNPJs e maior insegurança jurídica nos primeiros meses de funcionamento do Módulo AT. Há ainda preocupação com eventuais falhas técnicas que possam gerar recusas indevidas.

Recomendações

Especialistas recomendam que nenhum empresário tente registrar companhia sem apoio profissional. A orientação inclui:

  • consultar contador ou advogado tributário antes de iniciar o processo;
  • realizar simulações com base no faturamento esperado e no tipo de atividade;
  • incorporar o planejamento tributário ao plano de negócios.

Contadores devem atualizar fluxos internos, testar o novo módulo da REDESIM e produzir materiais explicativos para clientes. Já as Juntas Comerciais precisam adaptar sistemas e processos até 26 de julho, garantindo interoperabilidade para evitar gargalos.

Com informações de InfoMoney

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