O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta quinta-feira (7/8/2025) que a liberação da mesa diretora, ocupada por parlamentares da oposição durante quase dois dias, não foi condicionada à votação de nenhum projeto específico, como a proposta de anistia e o fim do foro privilegiado.
Segundo Motta, a Presidência da Câmara “é inegociável” e não houve compromisso para pautar matérias em troca do encerramento do protesto iniciado na tarde de terça-feira (5), quando oposicionistas se manifestaram contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Negociação e participação de Arthur Lira
O deputado explicou que buscou “a solução menos traumática” para retomar os trabalhos legislativos e contou com o apoio do ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) nas conversas com os manifestantes. “O presidente Arthur é um amigo que tem colaborado muito com o país. Em momentos de tensão, todos se unem para construir consenso”, afirmou.
A mesa diretora foi desocupada na noite de quarta-feira (6), permitindo que Motta abrisse a sessão com críticas à ocupação. “Não podemos deixar que projetos individuais se sobreponham àquilo que nos une: o nosso povo”, disse no plenário.
Versão contestada pela oposição
Mais cedo, o senador Rogério Marinho (PL-RN) declarou que houve, sim, acerto para submeter as propostas ao plenário, “ganhando ou perdendo”. Para ele, a anistia é o ponto mais relevante, citando que o país tem “tradição de quase 40 anistias”.
Imagem: Kayo Magalhães via gazetadopovo.com.br
Situação no Senado
No Senado, a obstrução à mesa diretora foi encerrada na manhã desta quinta-feira, após acordo semelhante pelo compromisso de analisar projetos em breve. Senadores oposicionistas também pressionam pelo andamento do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que já alcançou o mínimo de assinaturas para ser protocolado.
Com informações de Gazeta do Povo
