O senador Cid Gomes (PSB-CE) declarou nesta quarta-feira (6) que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não levará ao plenário qualquer pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Cid, Alcolumbre foi taxativo ao afirmar que “não há hipótese” de colocar a matéria em votação. A posição do presidente do Senado é tratada como condição para encerrar a mobilização de parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que na terça-feira (5) ocuparam a mesa diretora em protesto contra a ordem de prisão domiciliar determinada a Bolsonaro.
Desde a ocupação, deputados e senadores anunciaram que bloqueariam fisicamente as sessões nas duas Casas. Na Câmara, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) fechou acordo para pôr fim ao ato. No Senado, Alcolumbre reagiu convocando uma sessão remota para esta quinta-feira (7), na qual pretende apreciar a medida provisória que isenta do Imposto de Renda quem recebe até dois salários mínimos. O texto perde a validade na próxima semana.
Cid Gomes relatou que Alcolumbre também minimizou a coleta de assinaturas favorável ao impeachment, sustentando que o número de adesões não influenciará sua decisão. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), reforçou a mensagem: “O Senado não vai se curvar à chantagem”, disse.
Mais cedo, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) avaliou que o processo não avançaria mesmo com 80 assinaturas, pois seriam necessários 54 votos para aprovar a abertura. “Só entro em impeachment quando há chance real de acontecer, como no caso da Dilma”, afirmou.

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Em nota divulgada à noite, Alcolumbre endureceu o tom ao declarar que “não aceitará intimidações nem tentativas de constrangimento” à Presidência do Senado e que o Parlamento “não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento”.
Com informações de Gazeta do Povo