As relações entre Brasília e Washington atravessam seu momento mais delicado desde o início do governo Lula. Em 6 de agosto de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida que coloca o país no topo da lista de nações mais afetadas pela política comercial norte-americana.
Especialistas ouvidos no podcast “15 Minutos” afirmam que a decisão tem relação direta com a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e com ordens de censura expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes contra empresas de tecnologia dos EUA, consideradas pela Casa Branca uma ameaça à economia norte-americana.
Sanções da Lei Magnitsky
Paralelamente ao tarifaço, o governo norte-americano aplicou a Lei Magnitsky a Moraes. As penalidades incluem cancelamento de visto, congelamento de bens em solo americano e a chamada “pena de morte financeira”, que proíbe qualquer instituição com operações em dólar de realizar transações com o magistrado.
O dispositivo coloca bancos brasileiros diante de um impasse: manter contas e serviços ligados ao ministro, como determina a legislação nacional, ou cumprir as exigências dos EUA para evitar multas bilionárias e eventual exclusão do sistema de pagamentos Swift.
Pressão por impeachment e reformas no STF
No Congresso, cresce a pressão por um processo de impeachment contra Moraes. Manifestações de rua, obstrução de votações e propostas que buscam limitar o foro privilegiado e as decisões monocráticas no Supremo indicam a intensificação da crise institucional.
Risco de novas tarifas
A tensão externa pode aumentar. Trump já sinalizou que dobrará as tarifas se o Brasil mantiver relações comerciais com a Rússia, movimento semelhante ao anunciado contra a Índia. O clima geopolítico global — marcado pela guerra na Ucrânia e conflitos no Oriente Médio —, somado ao afastamento do governo Lula de Israel e de alianças internacionais em torno da memória do Holocausto, dificulta a retomada do diálogo diplomático.
Efeitos internos no Supremo
A aplicação da Lei Magnitsky repercutiu dentro do STF. Sete dos onze ministros fizeram declarações públicas de apoio a Moraes. Informações de bastidores apontam que o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, avalia renunciar e assumir uma embaixada na Europa para se proteger de possíveis sanções.
Alerta de colapso
Analistas consultados no podcast alertam que, sem uma solução política capaz de restabelecer o diálogo entre Executivo, Legislativo e Judiciário, o país corre o risco de enfrentar perdas bilionárias e um colapso institucional sem precedentes.
Com informações de Gazeta do Povo