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Lula descarta ligar para Trump sobre tarifa de 50% e diz que não vai se “humilhar”

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Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (6) que não pretende telefonar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar das tarifas de 50% aplicadas contra produtos brasileiros. Segundo Lula, um chefe de Estado “não pode ficar se humilhando” e só fará contato quando julgar que o americano esteja disposto a negociar.

“O dia em que a minha intuição disser que o Trump quer conversar, eu ligo. Hoje, ela diz que ele não quer, e eu não vou me humilhar”, declarou o petista em entrevista à agência Reuters.

Diplomacia aberta

Lula ressaltou que os dois mandatários nunca conversaram diretamente, mas garantiu que a diplomacia brasileira continua aberta ao diálogo. “Quando eles quiserem conversar, vamos conversar. São 201 anos de relações diplomáticas que não serão jogados fora por uma atitude destemperada”, afirmou.

Discussão no Brics

O presidente adiantou que pretende levar o tema das tarifas à próxima reunião do Brics — bloco formado por Brasil, China, Rússia e Índia. “Quero saber como cada país está sendo afetado para tomarmos uma decisão conjunta”, disse. Lula lembrou que o grupo reúne, no total, dez países participantes do G20.

Sem retaliação

Questionado sobre possíveis medidas de retaliação, Lula descartou responder na mesma moeda. “Não vou fazer porque não quero ter o mesmo comportamento dele. Quando um não quer, dois não brigam. Não quero brigar com os EUA”, declarou.

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Imagem: Marcelo Camargo via gazetadopovo.com.br

Ação na OMC e sanções a Moraes

Mais cedo, o Itamaraty acionou formalmente a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a tarifa de 50% imposta por Washington. A consulta é o primeiro passo para contestar a medida.

No mesmo pacote em que anunciou o aumento das tarifas, o governo norte-americano aplicou a Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, citando decisões contra plataformas digitais e o inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe em 2022. “Não é uma intromissão pequena; é o presidente dos EUA achando que pode ditar regras a um país soberano”, reagiu Lula.

Com informações de Gazeta do Povo

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